A Folha de S.Paulo falha ao informar apenas o número de milionários por renda anual acima de US$ 1.000.000. Este é o critério que, em geral, detecta os “novos-ricos“, tipo médicos, artistas, jogadores de futebol bem sucedidos, etc.. O normal é classificar milionários por patrimônio, excetuando residência própria e coleções.
O número de milionários em patrimônio (Bens e Direitos), segundo autodeclaração nas DIRPF: 708.948 declarantes (2,7% do total) em 2012. Estes 709 mil milionários em reais superam bastante a maior estimativa anterior, realizada em dólares em um relatório de riqueza global, divulgado no dia 14/10/14, elaborado pelo Instituto de Pesquisa do Credit Suisse. Para o Brasil, segundo esse relatório, a expectativa é de crescimento do número de milionários em 47%, dos atuais 225 mil para 332 mil em 2019. O número de milionários em reais é mais de três vezes maior do que essa estimativa em dólares.
No entanto, a FSP (18/01/15) afirma, sem distinguir entre renda e riqueza, que, “em uma década, o total do seleto grupo de contribuintes milionários brasileiros saltou de 18,5 mil para 29,9 mil, um crescimento nacional de 61%”. O jornalista também não explicita qual fonte ele adota para cada informação. Mas a expressão “contribuintes” indica que é a DIRPF: de que ano-base?
De 2003 a 2013, o total de milionários mais que dobrou em 13 Estados brasileiros — entre eles estão 8 dos 10 Estados das regiões Norte e Centro-Oeste, excluído DF. Os outro cinco são do Nordeste. No Sul-Sudeste, o ritmo de crescimento dos contribuintes com renda anual de US$ 1 milhão foi menor.
Em São Paulo, Rio, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que concentraram 82% dos milionários em 2013, o ritmo de adesões ao clube dos milionários foi inferior à média nacional.
No atual mapa das fortunas, Tocantins é o novo Eldorado. O Estado, criado em 1988, tem 61 habitantes com renda acima de US$ 1 milhão –eram 10 em 2003.
Nesse caso de estadualização, a fonte parece ser da ANBIMA, isto é, de private banking acima de R$ 3.000.000 de aplicações financeiras. Desconsidera patrimônio imóvel, tal como terras e imóveis urbanos, e automóvel, que entram nos Bens e Direitos da DIRPF. Provavelmente, “arredonda” US$ 1.000.000, considerando esse corte de R$ 3.000.000.
Portanto, verifica-se que falta precisão nas informações jornalísticas.
Boa tarde Fernando, procurei os dados de patrimônio na DIRPF por UF mas não encontrei. Você poderia me indicar onde posso encontra essa base de dados?
Prezado Maurício,
nos Grandes Números IRPF AC 2013 das páginas 19 a 26 referem-se às UF.
Baixe no site da SRF.
att.