Em comemoração ao quinto aniversário deste modesto blog, vamos conferir como Thomas Friedman, em “O Mundo é Plano: Uma Breve História do Século XXI”, analisa uma das “dez forças que achataram o mundo”: o uploading.
As dez forças que resultaram na Globalização 3.0 foram:
- Nove de Novembro de 1989
- Nove de Agosto de 1995
- Softwares de fluxo de trabalho
- Uploading
- Terceirização
- Offshoring
- Cadeia de fornecimento
- Internalização
- Informação
- Esteroides
O uploading permite a exploração do poder das comunidades de geeks. Elas colaboram entre si para criar um novo software e depois enviá-lo em arquivo de computador para o mundo. Isso se chama software desenvolvido em comunidade.
Graças à plataforma do mundo plano, mais e mais internautas estão na web oferecendo também suas próprias notícias e seus artigos de opinião, eliminando os jornais como intermediários ou filtrando seus vieses ideológicos. Isso se chama fazer blog.
A comunidade de pesquisadores nas bibliotecas, físicas ou virtuais, está agora criando suas próprias entradas para a maior e a mais acessível enciclopédia de todas as eras da história humana. Isso se chama Wikipedia.
Os internautas estão cada vez mais oferecendo suas próprias canções, seus vídeos, seus poemas, seus raps, seus playlists, ao resto do mundo, transformando as lojas de discos e os tradicionais fornecedores de conteúdo. Isto se chama podcasting, por exemplo, Spotify para músicas e Netflix para filmes via streaming, YouTube ou Vimeo para vídeos.
Os internautas de fala inglesa, na Amazon.com, estão escrevendo suas próprias resenhas de livros, reduzindo a dominação de “críticos formadores de opinião” da grande imprensa. Há sites onde todos os autores podem publicar seu livro on-line para download de graça ou pago. Boa parte dos livros clássicos e de best-sellers já se encontra para download gratuito. Isso se chama creative commons.
A tendência à queda do respeito aos direitos autorais leva os criadores (músicos, autores, diretores) se reinventarem na geração de renda através de produtos culturais. Provavelmente, ganharão menor margem de lucro, porém em muita maior escala na venda massiva, seja via digitalização de seus produtos, seja na prestação de serviços de entretenimento do produtor (artista) diretamente em contato com o consumidor na plateia.
Esses são exemplos de variações de trabalhos voluntários gratuitos para uploading. A gênese da plataforma do mundo plano não apenas permitiu a mais pessoas criar mais conteúdo e colaborar nesse conteúdo. Permitiu também a elas enviar arquivos e globalizar seu conteúdo individualmente ou como parte de comunidades autoestabelecidas (redes) – sem recorrer a qualquer organização ou instituição tradicional e hierárquica.
O uploading está se tornando uma das formas mais revolucionárias de colaboração no mundo plano. Todos nós podemos agora ser produtores de conteúdos, e não apenas consumidores.
Como já disse, neste modesto blog, faço um trabalho de responsabilidade social, voluntário e gratuito. Devolvo à sociedade, em parte, o que ela pagou para eu aprender com meus estudos em colégios e universidades públicos.
Criar blogs (ou blogging) é uma forma de uploading de baixo para cima e auto-organizada. Os bloggers, comentaristas on-line isolados, defendendo cada qual livremente sua ideologia, criaram um tipo de redação de código aberto.
Um blog (derivado de weblog) é a própria tribuna virtual, onde se pode:
- contar ao mundo o que você pensa sobre qualquer assunto,
- postar o artigo com o conteúdo individual em seu próprio website e, então,
- esperar que indivíduos desconhecidos o acessem, o comentem e o compartilhem em suas redes pessoais.
Se as pessoas gostarem de seus posts, vão compartilhar ou fazer um link nos blogs delas, como merecedor de comentários e/ou atenção. Os seguidores leem seus blogs favoritos como parte de sua rotina diária de coleta de informações. Com o tempo – e a classificação correta em Categorias e Tags – o blog se torna um grande banco de dados e informações facilmente acessível.
É um enorme pool de pessoas altamente motivadas que utilizam todos os instrumentos para encontrar material interessante na rede virtual. Temos um exército de jornalistas-cidadãos na blogosfera!
Esses bloggers criaram seu próprio palanque em praça pública on-line. Não há qualquer obstáculo para entrar nela. Porém, é necessário filtrar informações, pois muitos blogueiros direitistas divulgam rumores e insultos de maneira totalmente selvagem e irresponsável. Devem ser sujeitos frustrados com baixa autoestima que cometem o auto engano de se considerar “iiisspiertos”. Como ninguém censura nada, a calúnia flui com liberdade total. Mas é como o spam: caem automaticamente no “lixo”.
Um novo blog é criado a cada sete segundos, de acordo com o http://technorati.com/wordpress-best-platform-startup/, um site que rastreia esses jornais da web de fácil atualização. O Technorati diz que já existem mais de 24 milhões de blogs, e que o número está crescendo a uma taxa de cerca de 70 mil por dia e dobrando a cada cinco meses.
Este modesto blog lusófono alcançou em cinco anos uma audiência respeitável para posts de um simples professor universitário. Agradeço-a estar presente com grande afeto!
Os posts mais lidos, considerando acima de 5.000 leituras um best-seller, são multidisciplinares, i.é, não são de Economia, e podem ser considerados “prestação de serviços de utilidade pública” compartilhados na rede social:
Artigos mais populares em todos dias até 2015-01-21 (resumo)
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Fernando, mais uma vez´, parabéns pelo seu blog, que é meu companheiro de todos os dias. Obrigada, muitos beijos, leila.
Estimada Leila,
por seguidores carinhosos como você, tenho o incentivo de dar-lhe continuidade. Só que agora, até mesmo devido à conjuntura econômica e política “desprazerosa”, penso em postar menos, mas com maior abordagem estrutural. Deixar em um segundo plano o lugar-comum dos jornais e resenhar mais livros.
bjs
Parabéns pelo blog, professor! Sou estudante do IE e acabei chegando a ele por acaso, que acabou se tornando uma interessante leitura diária!
Prezada Júlia,
agradeço a audiência. Creio que, para uma estudante de Economia, ele é um “banco de dados e informações” precioso. Veja o conteúdo das Categorias na coluna à direita e das abas acima.
abs
Prezado Fernando, parabéns pelo belo trabalho!
Particularmente, ele contribui muito para meu desenvolvimento.
Abraço!
Prezado Ranielli,
você é um dos seguidores mais fiéis, sempre me incentivando!
abs
Gostei do artigo, mas faço uma ressalva: quando diz “Porém, é necessário filtrar informações, pois muitos blogueiros direitistas divulgam rumores e insultos de maneira totalmente selvagem e irresponsável” penso que foi totalmente parcial. A estupidez, a agessividade, a selvageria são características humanas democraticamente distribuidas. E a turma da esquerda raivosa não perde em nada para a direita hidrofóbica.
Talvez eu tenha afirmado isso porque só sofri ataques de direitistas estúpidos…
Infelizmente, deve existir também esquerdistas que devolvem na mesma moeda.
Mas eu não os vejo, talvez porque tenha abandonado a leitura de postagens do “feicebuque” (argh).
🙂
Fernando, o “tar do feicebuque”, nos grupos de debate, tem 99% de idiotas radicais de todos os matizes políticos. Dou uma olhada mais como pesquisa sociológica/antropológica.
De acordo, de acordo… Realmente, é necessária uma pesquisa científica a respeito da idiotia daqueles inconscientes que não sabem o mal que fazem a si próprio e aos outros.
🙂