Cadeia Produtiva do Setor Automobilístico e Capacitação Tecnológica

Ana Valéria Carneiro Dias, Simone Vasconcelos Ribeiro Galina e Flavio D’Angelo Silva, pesquisadores da Universidade de São Paulo – Departamento de Engenharia de Produção, mostram que as relações entre os fornecedores de vários níveis e as montadoras na cadeia automobilística brasileira são indicados na figura acima. Observa-se que poucos fornecedores em todos os níveis de fornecimento se relacionam diretamente com a montadora, exceto fornecedores de vidros e óleos.

O setor de autopeças, em sua maioria, é cliente de produtores de matérias-primas básicas, normalmente grandes empresas até bem pouco tempo sob controle do Estado brasileiro. Isso deixa o setor entre dois setores oligopolizados.

O relacionamento direto de fornecedores da base indica um elevado grau de integração vertical, tendência esta predominante na indústria automobilística brasileira no passado. A tendência atual indica para o fornecimento de conjuntos e, principalmente, de sistemas.

As empresas automobilísticas, em sua maioria, abandonam a produção de componentes e a montagem de pequenos conjuntos, dedicando-se à montagem de grandes sistemas no veículo. Existem casos de empresas que adquirem sistemas e o serviço de montagem sobre a plataforma do veículo. Continuar a ler

Longevidade: Expectativa de Vida X Expectativa de Direito Adquirido à Previdência Social

Ana Conceição (Valor, 23/11/17) informa que, por causa do aumento da expectativa de sobrevida do brasileiro, uma parcela da população pode receber aposentadoria por mais tempo do que pagou para a Previdência Social. Essa situação pode acontecer na modalidade por tempo de contribuição, que não exige idade mínima para o benefício desde que comprovados 30 anos (mulheres) ou 35 (homens) de trabalho. A conclusão é de Rogério Nagamine Costanzi, economista da USP e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), especialista em sistemas de seguridade social.

Este cenário, que ajuda a ampliar o déficit do sistema, tende a perdurar ainda por um tempo mesmo que seja aprovada a proposta do governo golpista, cuja atribuição principal é cortar direitos adquiridos pelos trabalhadores hegemônicos no governo golpeado, que deve ser mantida no novo texto que está sendo costurado, de um período de transição de 20 anos para a idade mínima de 62 para mulheres e 65 para homens. No entanto, sem nenhuma reforma a situação a situação tenderia a se agravar cada vez mais, com a longevidade avançando.

A característica regressiva da Previdência brasileira, além de ampliar o déficit do sistema, destina parte importante da renda da aposentadoria para pessoas que ainda não são idosas. O estudo considera precoce a aposentadoria de mulheres de 46 a 54 anos, e homens de 50 a 59. Continuar a ler