Antônio Suarez Abreu, no livro “A Arte de Argumentar – Gerenciando Razão e Emoção”, indica: argumentar não é tentar provar o tempo todo que temos razão, impondo nossa vontade. Aqueles que agem assim não passam de pessoas irritantes e quase sempre mal-educadas.
Argumentar é, em primeiro lugar, convencer, ou seja, vencer junto com o outro, caminhando ao seu lado, utilizando, com ética, as técnicas argumentativas, para remover os obstáculos que impedem o consenso.
Argumentar é também saber persuadir, preocupar-se em ver o outro por inteiro, ouvi-lo, entender suas necessidades, sensibilizar-se com seus sonhos e emoções. A maior parte das pessoas, neste mundo, só é capaz de pensar em si mesma. Por isso, o indivíduo que procura pensar no outro, investir em sua autoestima, praticamente não enfrenta concorrência.
Argumentar é motivar o outro a fazer o que queremos, mas deixando que ele faça isso com autonomia, sabendo que suas ações são frutos de sua própria escolha. Afinal, as pessoas não são máquinas esperando ser programadas.
Persuadir é ter certeza de que o outro também ganha com aquilo que ganhamos. É saber falar menos de si e do que se quer, e mais do outro e do que é importante para ele.
Argumentar é também saber dosar, “na medida certa”, o trabalho com ideias e emoções. A “medida certa” é gastar mais tempo em persuadir do que em convencer. Uma boa proporção é utilizar trinta por cento do tempo convencendo e setenta por cento persuadindo.
É preciso o educador, em primeiro lugar, ouvir os alunos, conhecer suas histórias pessoais, seus desejos e sonhos, procurando saber o que os está motivando intrinsecamente. O que as crianças querem é respeito, atenção, ver sentido naquilo que estão aprendendo. O que elas não querem é ser vigiadas e controladas como se fossem vagabundos ou delinquentes em potencial.
Afinal, educadores devem procurar mostrar às crianças um mundo mais livre, mais atraente e humano – e não se aliar à repressão doméstica de muitos pais. Por mais absurdo que pareça, as maiores violências contra as crianças são cometidas pelos próprios pais. Violência de toda ordem: física, moral, sexual etc.
Outra tarefa dos educadores é ensinar a ler e escrever. Estimulados, os alunos deverão sentir o prazer da criação – e se desenvolverão por conta própria. Continuar a ler →