Bolha Imobiliária em Canaã: Estórias do Brasil Profundo

Muitos se espantaram com os interioranos xucros no dia 8 de janeiro de 2023 no quebra-quebra na Praça dos Três Poderes. Como massa-de-manobra, foram de patriotários a presidiotas.

Xucro é o animal que não foi domado, aquele que ainda é selvagem. O termo faz parte do linguajar do homem do campo, utilizado principalmente em regiões de forte presença rural, como nos Estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

No sentido pejorativo, a palavra xucro designa um indivíduo grosseiro, difícil de se domar, semelhante a um animal selvagem.

Xucro é ainda usado para se referir àquela pessoa pouco adestrada em algum trabalho. E também para se referir a uma coisa rústica, grosseira, sem polimento.

O feminino de xucro é xucra, como “a égua xucra”. Corresponde, pejorativamente, a uma mulher de atitudes rudes ou grosseiras, sem trato social. Ou ainda quem tem comportamento arisco, como o cavalo mal domado.

Em algum sentido ainda pode conter uma noção de inocência, daquilo que vem cru, selvagem, sem a malícia da cidade. Como por exemplo: “Ela chegou na Universidade toda xucra, não falava com ninguém”.

A segunda parte da reportagem de Marina Falcão ajuda a entender essa gente através de uma amostragem. Royalties inflam preço de imóveis em Canaã _ Brasil _ Valor Econômico (14/03/23)

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Lições Históricas de 1720

Jairo Saddi, Doutor em Direito Econômico pela USP. Pós-Doutorado pela Universidade de Oxford. Bacharel em Direito pela FDUSP. Administrador de Empresas pela FGV-SP, publicou coluna (Valor, 09/01/23) sobre o ano marcante de um dos eventos precursores e frequentes dos tempos atuais: a crise financeira.

Poucos se lembram de que o ano de 1720 marca um dos eventos precursores e frequentes dos tempos atuais: a crise financeira. Foi naquele ano que os mercados de Londres, Paris e Amsterdam (e, com menor impacto, Hamburgo e Lisboa) sofreram um colapso global em razão, principalmente, da South Sea Company, companhia aberta fundada em 1711.

Nascida com o objetivo de financiar a dívida pública da Inglaterra (então de quase incalculáveis £ 9 milhões), que estava em guerra com Espanha e França, Robert Harley, ministro das finanças, e seu aliado e arquiteto de todo o esquema, John Blunt, propuseram uma consolidação da dívida mediante a dação de ações da nova companhia, outorgando-lhe, em troca, o monopólio do comércio com as colônias espanholas na América do Sul, inclusive do desumano tráfego de escravizados, em 1713, fruto do Tratado de Utrecht. Curiosamente, essa foi uma das primeiras PPPs de que se tem notícia.

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Desconhecimento de Contabilidade Nacional em Reestimativa do PIB na Era Desenvolvimentista

O crescimento econômico do Brasil de 1900 a 1980, tido como um dos mais rápidos do mundo, pode não ter sido tão acelerado. Segundo pesquisa dos professores Edmar Bacha, integrante da equipe que formulou o Plano Real, Guilherme Tombolo, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Flávio Versiani, da Universidade de Brasília (UnB), mesmo o período do “milagre econômico” pode não ter sido tão grande assim. Isso sugere, em meio ao bicentenário da Independência, que o desempenho da economia escravocrata do Império, no século XIX, pode ter sido melhor do que o consenso atual da história econômica.

As contas de Bacha, Tombolo e Versiani – os primeiros resultados foram publicados no fim de agosto em Texto para Discussão, no site do Instituto de Estudos de Política Econômica Casa das Garças – apontam para um crescimento anual médio de 4,9% entre 1900 e 1980, abaixo dos 5,7% da série estatística atualmente aceita.

A principal explicação para a diferença é a metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), em boa parte do século passado, não considerou atividades relacionadas ao governo, à intermediação financeira e aos alugueis. A reestimativa procura incorporar essas atividades – como elas cresceram menos do que outros setores, como a indústria, o desempenho agregado fica pior.

Fernando Nogueira da Costa: essas citadas atividades deveriam ser vistas como Contas de Apropriação de Valor Adicionado nas atividades produtivas via aluguéis, juros e impostos. Se calculou o VA, este é o indicador do PIB. Por exemplo, a inexistência de um sistema bancário estruturado em rede nacional não significou “queda na evolução do PIB”, mas sim ausência de alavancagem financeira capaz de dar maior dinamismo!

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200 Anos: Brasil – América do Sul – EUA – Europa entre 1822 e 2022

Marcelo Duarte (FSP, 06/09/2022) informa: de acordo com as projeções mais recentes da Organização das Nações Unidas, a população da Terra está perto de chegar a 8 bilhões de pessoas. A entidade prevê o planeta chegar à marca até, aproximadamente, 15 de novembro deste ano (2022).

O primeiro bilhão de terráqueos foi atingido há 200 anos, na década de 1820, perto do ano da Independência do Brasil, embora as estatísticas demográficas, à época, tenham sido consideradas especulativas.

A Europa se enxergava como centro do mundo, mas tinha só um quinto dessa população. No Brasil, eram cerca de 4,5 milhões de habitantes, sendo 800 mil indígenas, 1 milhão de brancos, 1,2 milhão de africanos escravizados e seus descendentes e 1,5 milhão de grupos menores decorrentes da miscigenação entre os grupos anteriores. Os números estão no livro “1822”, de Laurentino Gomes.

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Balanço do País nos 200 Anos da Independência: Avanços e Retrocessos

REPORTAGEM DE FERNANDO CAZIAN (FSP, 24/04/22) DÁ INÍCIO A UMA SÉRIE: Este texto sobre a economia do Brasil nos últimos 200 anos abre a série Frente e Verso, que pretende discutir erros e acertos na trajetória do país ao longo desse período e indicar as perspectivas de futuro. Saúde, educação e ambiente estarão entre os próximos temas abordados.

Nas celebrações dos 200 anos de sua independência, o Brasil está menor, em termos econômicos relativos ao mundo, e menos otimista quanto a seu futuro. Os dois séculos como país independente foram marcados por uma economia fechada, patrimonialista e excessivamente dependente do Estado, o que nos levou ao quadro de estagnação que perdura há 40 anos.

Em 7 de setembro de 2022, o Brasil chegará aos 200 anos de sua independência de Portugal menor, em termos econômicos e relativos ao mundo, do que já chegou a ser ao longo dos últimos dois séculos.

No primeiro centenário, em 1922, enquanto realizava-se impressionante exposição internacional no Rio de Janeiro, então capital federal, e discutia-se em profundidade o futuro, o país se preparava para crescer rapidamente, consolidando-se, nos anos 1980, como uma das dez maiores economias do mundo.

O bicentenário, entretanto, ocorre em contexto de estagnação que perdura há quatro décadas e de encolhimento relativo do país na economia global. Não há projeto de longo prazo e estão praticamente exauridas as condições demográficas que impulsionaram grande parte dos avanços no século 20.

Em retrospecto, é possível considerar que o crescimento populacional brasileiro e a transição do campo para as cidades no século passado foram protagonistas no crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) —não o dinamismo econômico e os ganhos de produtividade que alavancaram outras economias, sobretudo a norte-americana e, mais recentemente, as asiáticas.

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Estados Desunidos da América

James Green (foto na reportagem), biógrafo do Herbert Daniel, ativista no Brasil e nos EUA.

Assembleias das unidades federativas com maioria republicana aprovam legislações intolerantes e retiram liberdade de cátedra. O novo front da guerra cultural gira em torno de uma teoria acadêmica criada nas Faculdades de Direito nos anos 1990, segundo a qual o racismo é muito mais do que preconceitos pessoais, está impregnado em leis e incorporado às instituições. Sustentam até hoje a segregação dos negros e a supremacia branca.

Necessitamos comparar as táticas da extrema-direita conservadora de lá com a daqui. A matriz do pensamento dela está sob o trumpista Steve Bannon de lá e domina as ações do clã militar atualmente de passagem no governo federal brasileiro.

Helena Celestino (Valor, 07/01/22) informa: a disputa pela memória histórica dos Estados Unidos chegou aos tribunais, levou a discussões inflamadas e ameaças de morte, impactou a política nacional e foi pretexto para a criação de listas de livros proibidos em bibliotecas escolares ao redor do país. Da noite para o dia, inocentes reuniões de pais e professores transformaram-se em batalhas nas quais se disputa a versão sobre o país que vai prevalecer.

O novo front da guerra cultural explodiu em torno de uma teoria acadêmica criada nas faculdades de direito nos anos 1990, segundo a qual o racismo é muito mais do que preconceitos pessoais, está impregnado em leis e incorporado às instituições que sustentam até hoje a segregação dos negros e a supremacia branca.

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Diferenças entre Brasil e Estados Unidos

Camilla Veras Mota (BBC NEWS BRASIL, 05/12/21) informa: assim como muitos americanos, a historiadora Brodwyn Fischer não chegou a aprender muito sobre o Brasil quando estava na escola. O primeiro contato mais profundo veio no início da faculdade, 30 anos atrás e, desde então, ela não parou mais de pesquisar sobre a história brasileira.

“Uma das coisas que mais me fascinaram foi que começar a estudar história do Brasil me fez olhar diferente para a própria história dos Estados Unidos, porque os dois países têm muitas características básicas e estruturais, digamos assim, em comum.”

São dois países de dimensões continentais, ricos em recursos naturais, formados por populações originárias de três continentes, moldados pelo colonialismo e pela escravidão. No papel, Brasil e EUA são marcados por semelhanças —e, no entanto, tomaram caminhos completamente diferentes.

Há cerca de dez anos, Fischer explora essas questões com seus alunos em uma disciplina ministrada inicialmente na Universidade Northwestern e hoje na Universidade de Chicago, onde foi batizada de “Brazil: Another American History” (Brasil: Outra História Americana, em tradução literal).

Em 18 aulas, o programa é uma imersão na história brasileira, do período colonial e do regime escravista à industrialização e à formação das grandes cidades. Entre as leituras obrigatórias, há desde clássicos da literatura, como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, até autores fundamentais para entender o Brasil, como Sérgio Buarque de Holanda (“O Homem Cordial”) e Celso Furtado (“Formação Econômica do Brasil”).

A BBC News Brasil conversou sobre alguns desses temas com a professora, que é Ph.D pela Universidade Harvard e foi diretora do Centro de Estudos para a América Latina da Universidade de Chicago entre 2015 e 2020.

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Dicionário Brasileiro de Prazos

DEPENDE: Envolve a conjunção de vários fatores, todos desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar sim, embora até hoje tal fenômeno só tenha sido registrado em testes teóricos de laboratório. O mais comum é significar diversos pretextos para dizer não.

JÁ JÁ: Aos incautos, pode dar a impressão de ser duas vezes mais rápido do que já. Engano; é muito mais lento. Faço já significa “passou a ser minha primeira prioridade”, enquanto “faço já já” quer dizer apenas “assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito.”

LOGO: Logo é bem mais tempo do que dentro em breve e muito mais do que daqui a pouco. É tão indeterminado que pode até levar séculos. Logo chegaremos a outras galáxias, por exemplo. É preciso também tomar cuidado com a frase “Mas logo eu?”, que quer dizer “tô fora!”.

MÊS QUE VEM: Parece coisa de primeiro grau, mas ainda tem estrangeiro que não entendeu. Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são mês que vêm!

NO MÁXIMO: Essa é fácil: quer dizer no mínimo. Exemplo: Entrego em meia hora, no máximo. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.

PODE DEIXAR: Traduz-se como : nunca.

POR VOLTA: Similar a no máximo. É uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior é claro, mas o superior é totalmente indefinido. Por volta das 5h quer dizer a partir das 5h.

SEM FALTA: É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque depois do primeiro atraso, deve-se dizer “fique tranquilo, que amanhã eu entrego”. E depois do segundo atraso, “relaxa, amanhã estará em sua mesa”. Só aí é que vem o “amanhã, sem falta”.

UM MINUTINHO: É um período de tempo incerto e não sabido, que nada tem a ver com um intervalo de 60 segundos e raramente dura menos que cinco minutos.

TÁ SAINDO: Ou seja: vai demorar. Os dois verbos juntos indicam tempo contínuo.

VEJA BEM: É o Day after do depende. Significa “viu como pressionar não adianta?” É utilizado da seguinte maneira: “Mas você não prometeu os cálculos para hoje?” Resposta: “Veja bem…”

Xiiiiiiii…: Se após a frase: Não vou mais tolerar atrasos, você ouvir este som entenda que ele exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.

ZÁS-TRÁS: Palavra em moda até uns 50 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência e sem nenhuma desculpa. Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário”.

Além desses verbetes, há outros como , por exemplo:

É LOGO ALI: significa longe.

DAQUI A POUCO: significa vai demorar.

Fundação dos EUA: 1619 X 1776

Edward Luce (Financial Times 29/01/2021) avalia: poucas horas após se tornar presidente dos EUA, Joe Biden desfez a Comissão 1776, criada por Donald Trump. Raras vezes um decreto de anulação foi tão justificado.

Trump lançou a entidade – cujo nome remetia ao ano da independência americana – pouco antes da eleição, numa tentativa de, em meio à pandemia que ele não conseguiu conter, desviar a atenção dos eleitores para as guerras culturais dos EUA. O objetivo declarado de Trump era promover o ensino do “milagre da história americana”. O objetivo real era alimentar o furor contra o foco da esquerda no legado da propriedade de escravos.

Ele acreditava que, se a eleição fosse mais centrada nos protestos do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) do que na pandemia, ele poderia ter alguma chance de vencer. A manobra fracassou.

Os EUA agora têm um presidente cuja prioridade é vencer a pandemia. Mas a injustiça racial está no cerne de como Biden vê a covid-19. Isso pode tentá-lo a complementar a abolição da Comissão 1776, chamada por ele de “ofensiva, contrária aos fatos”, com o endosso ao que é visto como seu oposto, o Projeto 1619. Trata-se de uma série de artigos que rendeu ao “The New York Times” um prêmio Pulitzer e argumenta que os historiadores deveriam datar a fundação dos EUA a partir do ano da chegada dos primeiros escravos.

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Quintas-Feiras Negras

A pandemia foi anunciada, no dia 11/03/2020, provocando um risco sistêmico mundial. A bolsa de valores brasileira, apesar da queda desde a “quinta-feira branca” (pico de 119.527 pontos), ainda aparecia entre as alocações preferidas dos gestores. 

Comungavam a avaliação de haver fluxo certo de recursos, devido ser baixa a proporção de renda variável nos portfólios, seja da pessoa física, seja do investidor institucional. A dúvida era se o estrangeiro potencializaria ou não esse movimento. Ledo autoengano.

Durante a mania especulativa, mantém-se a fé irrealista, surgida na euforia da alta, de a elevação de preços continuar eternamente. Dissidentes são ridicularizados por não entenderem “o novo mundo”. Pobres acreditam no súbito enriquecimento.  

O instinto puramente especulativo leva as pessoas não só a acreditar nos valores crescerem ainda mais, mas também a crer na posse da genialidade antecipatória de cair fora antes de O Mercado desabar. O mundo de simulação especulativa é habitado não por gente necessitada de ser persuadida a acreditar, mas sim por gente apenas em busca de uma desculpa por acreditar.

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Quintas-Feiras Brancas

“Um alvoroço incomum nos arredores da Bolsa de Valores de Nova York chamou a atenção do comissário de polícia da cidade, na última quinta-feira, dia 24 de outubro de 1929. Com olhares horrorizados e incrédulos, os nova-iorquinos, espremidos uns aos outros, estavam inertes. Eles apenas esperavam, não se sabe ao certo quem ou o quê. Era o pânico.”

A narrativa histórica recupera os acontecimentos daquele dia fatal. Dentro do prédio, corretores e operadores eram protagonistas e testemunhas do ocorrido de modo a mudar os rumos da economia mundial. 

Símbolo maior da pujança econômica dos Estados Unidos, o mercado de ações tinha se tornado verdadeira mania nacional naquela década gloriosa para os americanos. Viam seu baluarte, a rica e poderosa Bolsa de Nova York, despedaçar-se em poucos minutos naquele dia entrado para os anais como a “quinta-feira negra”.

Passado o fim-de-semana, Wall Street presenciou outras duas jornadas calamitosas em 28 e 29 de outubro, “segunda-feira negra” e “terça-feira negra”. Este último foi o dia mais nefasto de toda a história do mercado mundial em volume de vendas e queda de preços. As palavras otimistas dos políticos, banqueiros e magnatas, dando alento aos investidores após o crash do dia 24, já não surtiam mais efeito ao insistirem em anunciar uma suposta solidez da economia.

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Criação das Primeiras Instituições Financeiras nos Estados Unidos

Nos primeiros anos da nova República, muitos dos mesmos problemas de fraude financeira persistiram. O país não era o lugar homogêneo com a esperança de mais tarde se tornar.

Os negócios entre comerciantes, a tábua de salvação da economia inicial, podiam ser conduzidos em libras esterlinas, francos franceses ou dobrões espanhóis, bem como em novos dólares americanos. Quando as transações se revelaram especialmente arriscadas, o pagamento era frequentemente solicitado em espécie: ouro ou barras de prata. 

Na ausência de impostos estaduais ou federais ou altos custos trabalhistas, grandes fortunas foram acumuladas pela classe mercantil americana. Mas o mercado não era tão eficiente quanto os das metrópoles, Grã-Bretanha e Holanda. Ainda faltavam instituições básicas. 

O novo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos não foi instituído até seis meses depois de George Washington tomar posse como presidente em 1789. Outra instituição faltante ao novo país era uma troca de ações organizada, um lugar onde as ações das empresas comerciais e dos primeiros fabricantes podiam mudar de mãos. 

Sem uma troca organizada, o comércio no novo país não se desenvolveria bem ou rapidamente. As trocas eram necessárias para os investidores poderem se familiarizar com as empresas e seus produtos. 

Somente quando os comerciantes começaram a voltar sua atenção para fornecer dinheiro para novos empreendimentos, a ideia de negociar ações e títulos se tornou mais atraente. Um mercado para esses tipos de ativos intangíveis já existia na Europa há cerca de cem anos, mas a ideia demorou a cruzar o Atlântico. 

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