Amor, O Fim da Vida

Contextualização: O futuro para muitos países inclui uma mão de obra que envelhece e a necessidade de dar assistência a uma crescente população de idosos. Em média, a proporção entre o número de habitantes com 65 anos ou mais e o número de habitantes com idades entre 15 e 64 anos – um importante indicador do grau de dependência dos idosos – vai subir de 14,2% em 2012 para 34% até 2050 nos países que pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, observa a agência de classificação de risco Fitch Ratings.

Mas a crise piorou as finanças públicas para suporte dessa política assistencial, em vários países, especialmente na Europa. Em 2009, a Comissão Europeia previu que os gastos relacionados à idade da população deveriam chegar a 25% do Produto Interno Bruto da União Europeia em 2033. Na realidade, esse nível foi atingido em 2010, devido à profunda recessão.

Projeções de crescimento mais baixo indicam que a carga futura está ficando cada vez maior. A expectativa agora é que os gastos relacionados com a idade por governos da UE como proporção do PIB aumente em 5,1 pontos percentuais até 2050, prevê a Fitch, contra uma projeção de alta de 4,3 pontos porcentuais feita em 2006.

Diretor e Roteirista: Michael Hanecke (“Pena Branca“), nacionalidade austríaca, estudou psicologia, filosofia e teatro na Universidade de Viena. Nasceu em Munique, Bavária, Alemanha, 1942, em plena II Guerra Mundial. Tem 70 anos.

Ator: Jean louis Trintignant (“Um Homem, Uma Mulher”), francês, tem 82 anos.

Atriz: Emmanuelle Riva (“Hiroshima, Mon Amour”), francesa, tem 85 anos.

Informe:

Amor, filme francês sobre um casal envelhecendo, foi considerado o melhor filme de 2012 pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles. Emmanuelle Riva, 85 anos, que interpreta uma professora de piano aposentada que sofre um acidente vascular cerebral, no filme vencedor do Festival de Cinema de Cannes de 2012Amor,  foi considerada a melhor atriz do ano pelos críticos da “Cidade do Cinema”.

Por que?

Porque é um filme universal. Tem a coragem de mostrar com realismo o fim da vida. É duro, é triste, é real.

Quem não sofreu a experiência de ter o pai ou a mãe, os tios ou tias, o sogro ou a sogra, em estado-vegetativo ou terminal, ainda poderá ter… A não ser que tenha, antes, a graça da morte súbita.

Doenças mentais devido ao envelhecimento do ser humano, cuja longevidade as esperanças de vida anteriores ao pós-guerra não previam, tornaram-se comuns. Mas a sociedade, a medicina, ninguém sabe como tratá-las.

Há tratamento para obter melhor qualidade de vida além de ter o amor conjugal, quando a possibilidade do amor parental já morreu? O amor filial se indigna, mas nada pode fazer… O amor marital é o suporte, quando ainda resta. Porém, a esperança de vida masculina é menor… Ainda bem!

Leia maisEsperança de Vida ao NascerTábua de Mortalidade no Brasil – 2011.

Entrevista do Diretor / Roteirista:

6 thoughts on “Amor, O Fim da Vida

  1. Amour é real. É um documentário. O melhor filme de 2013, pois cabe em vários contextos. Quando o assisti, fui para dentro do filme, estava lá, como um fantasma ao lado daquele casal, caindo com eles, levantando, conversando, sofrendo com eles, mas fechei os olhos no momento da morte (do travesseiro). Às vezes não suportamos a realidade, ou até mesmo o amor. Um filme impecável, de realismo e sensibilidade infinitos. Gostei demais também de Indomável Sonhadora. São grandes, cada um na sua visão. É isto, aprender, compreender através dos filmes, uma janela para o mundo.

    • Clélia, grato pelo comentário. o Amor é, realmente, tocante.
      Acabei de assistir Django do Tarantino… Como o cinema europeu é distinto do norte-americano! Mas o próprio Tarantino coloca um personagem alemão, representado por notável ator austríaco, que rouba a cena! Até o Leonardo di Caprio aparecer… Todas as manifestações artísticas devem ser apreciadas, comparadas, comentadas, não?
      att.

  2. Caro Professor Fernando,

    A meu juízo, Haneke é seguramente o melhor cineasta em atividade. Não se furta a tratar assuntos pesadíssimos. Em geral, saimos de uma sessão de um filme seu com um caroço na garganta. Mas em cinema nem tudo deve ser catarse. Ainda não vi este filme. Expectativas elevadas.

    Grande abraço

  3. Acabei de ler Uma Mente Brilhante da Sylvia Nasar.
    Comprei tambem o livro dela “Grand Pursuit: The Story of Economic Genius” por causa da sua resenha, mas como sou preguiçoso resolvi ler primeiro o que parecia mais “suave” 🙂
    Não me lembro direito do filme, mas no livro transparece o incrível grau de sofrimento e estresse que o Nash levou para sua familia, principalmente para sua esposa. Nos dias de hoje ainda continua muito dificil ter alguem com problemas psiquiatricos na familia.
    No livro tem o que talvez pudesse ser amor, ou dedicação, não no fim da vida, mas durante toda uma vida. Talvez isso também transpareça no filme.

    • Prezado Mauro,
      coincidentemente, justamente em seguida pretendo assistir novamente Uma Mente Brilhante, para decidir se o uso em um próximo curso, principalmente por causa da inspiração para a Teoria dos Jogos. Talvez use só essa cena, porque o restante foca em sua esquizofrenia.
      abs

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