Censo Demográfico 2010: Bom Censo ou Censo Comum?

O IBGE divulgou:

Indicadores Sociais Municipais Censo 2010

Censo Demográfico 2010 Resultados Preliminares da Amostra 161111

Censo Demográfico 2010 Resultados do Universo 161111

Destaco abaixo Quadros que me impressionaram de imediato. Clique neles para obter Zoom.

A população brasileira passou de 9.930.478, de acordo com o primeiro censo de 1872, para 190.755.799 habitantes, em 2010, multiplicando-se mais de 19 vezes no “breve” período histórico de 140 anos – e tornando-se a quinta maior no mundo.

A década do Golpe e Ditadura Militar foi a com menor taxa de crescimento anual da população: medo, adaptação da migração do campo para cidade ou pílula anticoncepcional? Foi “fora da curva”, mas, a partir de então, a queda foi contínua.

A Taxa de Fecundidade Total caiu da média superior a 6 filhos / mulher até 1960, com urbanização, educação versus religião, controle de natalidade, etc., para média inferior à taxa de reposição por casal: apenas 1,86 filho em média.

Pelo Censo 2010, a população urbana era 84,4% (161 milhões habitantes) e a população rural 15,6% (30 milhões habitantes) do total. Meio século atrás era, respectivamente, 44,7% e 55,3%, ou seja, a sociedade brasileira era predominantemente rural em 1960. A urbanização brasileira foi tardia, mas muito rápida e mais elevada que a dos outros países com grande população.

A atração dos grandes municípios é o acesso a moradia, serviços públicos como saúde e educação, cultura, oportunidades profissionais e, consequentemente, a maior nível de rendimento.

As capitais do Sul e Sudeste propiciam maior nível de rendimento médio, seguida pelas da Região Centro-Oeste.

Há três Estados salientes em termos de migração: o Estado do Rio constitui o primeiro patamar, incluindo Estados com até 30% de sua população não natural do Município em que mora; o Estado de São Paulo estabelece o segundo patamar de Estados com até 40% de sua população migrante; e o patamar mais elevado é superior ao do Distrito Federal, possuindo mais de 50% de sua população não natural do Município. Nele estão Estados do Centro-Oeste e um do Norte, refletindo “a marcha da riqueza: os migrantes vão atrás do dinheiro, expandindo as fronteiras via desmatamento-gado-soja“.

Parece ser possível encontrar certa correlação entre o Nível de Instrução e o Nível de Renda Pessoal: o percentual de pessoas com curso superior completo no Sudeste e Centro-Oeste, onde se localiza o Distrito Federal, e com o Sul próximo, é praticamente o dobro do encontrado no Norte e no Nordeste. Essa desigualdade educacional tem reflexividade (em dupla direção) na desigualdade da renda regional e pessoal – qualidade (e preço) na produção de serviços depende de instrução.

Apenas em 1,7% dos domicílios urbanos moravam pessoas que recebiam rendimento nominal mensal per capita igual ou superior a R$ 5.100, ou seja, em domicílio de quatro pessoas, essa renda para o orçamento doméstico seria de R$ 20.400. Considerando os rurais, do total de 57,31 milhões de domicílios do país seriam cerca de 1 milhão de domicílios nessa faixa superior de renda. A renda média mensal do 1% mais rico era de R$ 16.561 em 2010. Administradores de grandes fortunas estimam em cerca de 150.000 o número de milionários brasileiros, isto é, pessoas que possuem riqueza patrimonial (e não renda) superior a US$ 1 milhão, desconsiderando o valor da residência principal. Em outras palavras, necessitamos rever nosso conceito de “rico”.

O analfabetismo remanescente,  provavelmente, será superado com a substituição gradual das velhas pelas novas gerações de alunos matriculados desde a infância.

Obs: as barras das Regiões Norte e Nordeste estão com as denominações trocadas.

A população brasileira já se declara mestiça! Política afirmativa melhora a autoestima nacional.

Este é outro avanço sócio-cultural contra a tradição religiosa – união estável e separação consensual: bom censo, não?

[Desculpem-me o trocadilho, não resisti.]

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