Os Neoliberais no Poder

blancanieves

Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores da Escola de Pós-graduação em Economia (EPGE-FGV) e, assim como outros economistas neoliberais, têm Poder Midiático – colunas garantidas na “grande” imprensa brasileira. No entanto, reclamam de Os Desenvolvimentistas no Poder (Valor, 20/11/13).

Outros colegas já tentam voltar ao Poder. Entretanto, “apostam em cavalo perdedor”. “Melhorar o ambiente de negócios, simplificar tributos, reverter políticas consideradas intervencionistas, abrir mais o país à competição internacional, retomar as privatizações e rever a política de desonerações tributárias”. Estas são algumas das ideias neoliberais defendidas por um grupo de economistas acadêmicos (e do mercado financeiro) que têm se reunido com o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República.

O grupo alerta que não se deve esperar, no curto prazo, diminuição da carga tributária nem expansão do PIB em ritmo mais acelerado. Entre os conselheiros de Aécio estão Armínio Fraga (Gávea Investimentos), Edmar Bacha (Casa das Garças), Gustavo Franco (Rio Bravo) e Elena Landau (ex-aluna da PUC-Rio “musa da privatização”), todos ex-integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso. Participam também das conversas Samuel Pessoa (FGV-Rio) e Mansueto Almeida (coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda de 1995 a 1997, Assessor Econômico do Senador Tasso Jereissati, e do IPEA). Eles têm palanque garantido na mídia.

Aproveitando a oportunidade financeira, eles se acercam também do bilionário carioca Olavo Monteiro de Carvalho. A partir de uma conversa com o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e com outros interlocutores tucanos, o empresário Olavo Monteiro de Carvalho tem expectativa de uma proposta de governo “audaciosa” por parte do PSDB, embora não acredite que o PSDB tenha margem política para mexer na agenda social petista.

Para Carvalho, a aliança ideal para a presidência deveria unir o senador e ex-governador Aécio Neves e o governador Eduardo Campos. Questionado sobre a aliança entre Campos e Marina Silva, se esquiva. “Muitos empresários importantes estão com ela”, comenta ironicamente, referindo-se às seguidas tentativas de “namoro” com o empresariado paulista financiador de campanhas políticas. Marina é pautada por gente do tipo de Eduardo Gianetti (professor da INSPER de história do pensamento econômico e ideólogo neoliberal), outros sonháticos neoverdes (Paulo Sandroni, Eliana Cardoso…), e o pragmático André Lara-Resende – hedgeado com um pé na “canoa verde” e outro na “canoa das garças”, provavelmente, “dará com os burros n’água”…

Em poucas palavras, a pauta da oposição é o retrocesso ao “tripé da política econômica” e às privatizações do governo FHC. Só querem vender aos empresários a mensagem que “Marina ou Campos ou Aécio, qualquer um faria um governo menos estatizante do que Dilma”. Acham que os empresários, ideologicamente, querem escutar apenas isso. No entanto, o pragmatismo deles não os leva a doar muito dinheiro a candidatos com baixa chance de eleição.

Já os professores da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro sofrem do Complexo da Bruxa da história infantil Branca de Neve e os Sete Anões. Em viés heurístico de auto validação, perguntam-se: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais inteligente do que eu?!”

Ferreira & Cardoso “denunciam” a obviedade que houve um programa vencedor das eleições em 2010: “Em nenhum momento do passado recente houve tanta unanimidade ideológica entre os formuladores da política econômica como no atual governo. A própria presidente, os ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, o presidente do BNDES, o secretário do Tesouro, o ministro da Educação e seus principais assessores, são todos desenvolvimentistas assumidos, com passagem pelas principais escolas desta corrente. Somente no Banco Central se encontram economistas mais ortodoxos, mas estes têm tido pouca influência sobre o resto do governo”.

Esqueceram do Marcelo Nery no IPEA e na SAE — deveriam ler: O Politiburo Ortodoxo. Não lembraram do Marcos Lisboa no Ministério da Fazenda do 1o. Governo Lula. Mas, no Governo FHC, a FGV-Rio tinha de “notável” quem? Sérgio Werlang foi diretor do Banco Central. Gustavo Loyola, doutor pela FGV, foi presidente do BCB no governo Collor e no primeiro governo FHC. Não havendo nenhum “economista renomado” da Praia do Botafogo no governo de transição democrática, então, a saudade deles é dos Governos da Ditadura Militar!

Sendo assim, antes de entoar sua catilinária, deveriam comparar com os feitos de seus colegas quando estavam no Poder. Mário Henrique Simonsen, esteve em posição de absoluto comando da política econômica, tanto no Governo General Geisel (1975-1978), quanto no primeiro ano do Governo do General Figueiredo (1979). Deixou um legado de instabilização (stop-and-go), regime de alta inflação, elevadíssimo endividamento externo e interno. Depois, seus colegas neoliberais se dedicaram ao desmanche do Estado desenvolvimentista durante as duas décadas perdidas (80-90). A economia brasileira, no período de 1900 a 1973, com 4,9%, ficou em 1o. lugar no ranking mundial de crescimento. Na “era neoliberal”, caiu para 93o.  lugar, com taxa de 2,4% de crescimento anual. Isto sem falar na taxa de desemprego e na concentração da renda, disputando com a África do Sul do apartheid o posto de a pior do mundo.

Portanto, desafio os professores da FGV-Rio a terem a honestidade intelectual de comparar os principais indicadores de desenvolvimento socioeconômico do período 1974-2002 com os da década social-desenvolvimentista (2003-2013). Comparem os Índices de Gini, as taxas de desemprego, as taxa de inflação, as reservas internacionais (hoje em US$ 376 bilhões), as exportações, as dívidas externas e internas, os superávits fiscais, as dimensões do mercado interno, as políticas de crédito, indicadores educacionais, etc. etc. Abandonem, humildemente, o Complexo da Bruxa! Entenderão, então, porque perdem eleições democráticas!

gato_leao

Leiam a falsa catilinária neoliberal e observem que só se referem, parcialmente, à política econômica de curto prazo, quando social-desenvolvimentismo se caracteriza por política social ativa e crescimento sustentado do emprego, investimentos em infraestrutura energética e logística com resultados para a próxima década. Eles não se referem ao contexto de crise internacional, talvez acreditando em um Estado-demiurgo por si só:

Os Desenvolvimentistas no Poder (Valor, 20/11/13).

“Os desenvolvimentistas vêm diligentemente implantando as políticas econômicas que sua corrente sempre defendeu. Prática foi um fracasso: crescimento baixo, alta inflação, estagnação da indústria e exportações em queda.

Em relação à atuação do governo, não só os gastos públicos têm aumentado continuamente, como o ativismo e a maior intervenção na esfera produtiva tornaram-se marcos da atual administração.

Os desenvolvimentistas vêm diligentemente implantando as políticas econômicas que sua corrente sempre defendeu. Mas, para surpresa dos próprios desenvolvimentistas, embora não para economistas com outra formação, a experiência não deu certo.

As políticas em vigor baseiam-se em quatro pilares.

O primeiro é uma política cambial destinada a manter o câmbio desvalorizado, de forma a aumentar a competitividade das empresas nacionais, na esperança de que isso as estimule a adotar tecnologias de ponta.

O segundo consiste numa política monetária que mantém os juros reais baixos de forma a estimular o investimento.

O terceiro pilar é a atuação direta do governo via aumento dos gastos para estimular a demanda, ou indiretamente por meio das empresas estatais, ou ainda pela coordenação de investimentos privados por meio de bancos públicos.

Finalmente, a política industrial trataria de estimular setores “estratégicos”, incentivar a adoção de novas tecnologias e proteger da concorrência externa – talvez temporariamente – aquelas empresas e setores com potencial de crescimento.

Esses pilares dão continuidade às medidas adotadas (mais timidamente) durante os dois governos Lula. Desde a posse da atual presidente, a desvalorização nominal do câmbio foi de 40%, e a real de 20%. A taxa de juros Selic foi agressivamente reduzida, a partir de setembro de 2011, até atingir sua mínima histórica de 7,25%. Embora hoje esteja em patamar mais elevado, seu nível encontra-se bastante baixo em termos históricos.

Em relação à atuação do governo, não só os gastos públicos têm aumentado continuamente, como o ativismo e a maior intervenção na esfera produtiva tornaram-se marcos da atual administração. A despesa do governo federal aumentou R$ 79 bilhões – uma expansão de 13% – somente em 2013. O superávit primário deve cair à metade durante o atual governo, enquanto o déficit nominal atinge 3% do PIB. Os subsídios, benefícios financeiros e creditícios atingirão R$ 72 bilhões no ano, e o crédito dos bancos públicos, que se expandiu fortemente após a crise de 2008, continuará em patamar elevado. É verdade que os investimentos públicos estão estagnados, mas para quem até hoje considera que cavar e tapar buracos é uma eficiente política de demanda, isto não deveria ser um problema.

Finalmente, desde 2004, três ambiciosos programas de política industrial foram implantados:

  1. em 2004, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior;
  2. em 2008, o Programa de Desenvolvimento da Produção; e
  3. no atual governo, o Plano Brasil Maior.

Esses programas buscavam, por meio de diferentes instrumentos, estimular a inovação, a modernização industrial, a inserção externa e exportações, bem como o aumento da taxa de investimento. Ainda no campo de políticas setoriais, acrescentem-se o progressivo fechamento da economia, as ambiciosas metas para componentes nacionais, bem como a agressiva atuação do BNDES no subsídio ao investimento e consolidação de grandes grupos nacionais.

Não faltou nada do receituário heterodoxo. O resultado, entretanto, mostrou-se um fiasco. O crescimento médio do PIB, ao longo dos quatro anos do atual governo, caminha para míseros 2% ao ano e a taxa de investimento permanece estagnada em 18,5% do PIB. Além de baixo, o pouco crescimento alcançado foi puxado pela agricultura e serviços, justamente os setores considerados menos nobres pelos desenvolvimentistas. [?!]

O desempenho não é melhor na área externa. Um dos objetivos das políticas industriais oficiais era a expansão das exportações, mas estas vêm caindo desde 2011, passando de US$ 256 bilhões para prováveis US$ 240 bilhões em 2013. E isto em um período de recorde de produção e exportação de commodities agrícolas. O déficit em conta corrente deve ficar em 3,6% do PIB, mais um recorde. Com a inflação dos preços livres acima de 7%, a inflação oficial só não superou o teto da meta devido ao controle dos preços administrados. Controle este que vem prejudicando fortemente a Petrobras, mais um contrassenso em um governo desenvolvimentista.

Finalmente, apesar das políticas industriais, das inúmeras medidas de micro gerenciamento, dos créditos subsidiados e da proteção comercial, o crescimento da indústria mostrou-se desapontador, assim como a inovação e adoção de novas tecnologias. Como bem registrou neste espaço há duas semanas David Kupfer, um insuspeito defensor de políticas setoriais, “há uma desagradável sensação de que o hiato da indústria brasileira frente à fronteira tecnológica internacional está novamente aumentando”. A indústria não cresce e não inova.

Em suma, do ponto de vista dos seus próprios objetivos e metas, bem como de suas métricas de avaliação, o atual experimento desenvolvimentista se configura um retumbante fracasso: baixo crescimento, alta inflação, estagnação da indústria, atraso tecnológico e exportações em queda.”

contosdefada-brancadeneve

Leiam mais e comparem os indicadores atuais com os resultados da política econômica de Mário Henrique Simonsen (FGV-RJ)MACARINI Crise e Política Econômica – Governo Figueiredo (1979-1984) – TDIE 144

22 thoughts on “Os Neoliberais no Poder

  1. Mas Fernando, como você pode negar que a política econômica do time “desenvolvimentista” tem sido fracassada? Esta é a realidade: o Brasil se colocou em uma sinuca de baixo crescimento que não vai ser fácil de sair.

    O trágico dos desenvolvimentistas é que eles de fato querem que o Brasil se industrialize, mas praticamente todas as políticas que eles defendem têm o efeito contrário: protecionismo, incentivo à industria de bens de capital, integração Sul-Sul; conteúdo nacional no pré-sal; inflação alta etc.

    Fui!

    • Creio, Irineu, que meus argumentos estão bem expostos no texto para quem deseja entender: a correta avaliação do Governo Dilma não se dará no fim de seu primeiro mandato, espero que ao final do segundo (2015-2018) já se vislumbre alguns resultados que serão plenos a partir de 2020 com o longo prazo de maturação dos investimentos em infraestrutura energética e logística. Observa-se desde já a manutenção das mais baixas taxas de desemprego em toda a história documentada, menores Índice de Gini, melhores indicadores educacionais, maiores financiamentos a habitações de interesse social, etc. Para uma perspectiva social-desenvolvimentista isso que importa, socialmente, inclusive sustenta o crescimento do mercado interno, o que atrai IDE.

      Por ora, essa discussão de tateio de preços básicos (“tripé”) com que analistas ortodoxos de política econômica de curto prazo se masturbam, intelectualmente, acompanhando a miopia de O Mercado, já deu!

      Já era…

      • “Creio, Irineu, que meus argumentos estão bem expostos no texto para quem deseja entender: a correta avaliação do Governo Dilma não se dará no fim de seu primeiro mandato, espero que ao final do segundo (2015-2018) já se vislumbre alguns resultados que serão plenos a partir de 2020 com o longo prazo de maturação dos investimentos em infraestrutura energética e logística.”

        Mas Fernando, se nós tivermos crescimento per capita médio de 1 por cento ao ano de hoje até 2020 (o que me parece otimista em um cenário com a situação ficando no poder até 2018 seguindo as politicas ‘desenvolvimentistas’), você admite que eu estava certo?

      • Irineu, se a economia brasileira não se tornar a quinta maior do mundo, na próxima década, admitirei que minhas expectativas desenvolvimentistas não corresponderam…
        Evidentemente, que pressuponho a continuidade do social-desenvolvimentismo. Caso os neoliberais voltem, serão mais décadas perdidas!

  2. Prezado Fernando!

    Infelizmente o governo não está totalmente livre dos neo liberais, vide a matéria a seguir:

    http://www.cartacapital.com.br/revista/772/o-politburo-ortodoxo-4079.html

    Contudo, lendo o comentário do Irineu, o qual desqualifica as principais inciativas do atual governo, eu me pergunto: por que os ideólogos do neo liberalismo se fixam tanto em medidas imediatistas de curto prazo, os quais trazem benefícios instantâneos, mas depois demonstram-se serem frágeis e perenes ao longo do tempo tal como o Plano Real? Quando se trata de investimento produtivo, trabalho, sacrifico, esforço, os quais apresentam resultado ao longo do tempo, por que eles são os primeiros a desmerecer?

    • Prezado Pedro,
      eu sempre me coloco essa indagação: trata-se de ignorância ou de má fé dos neoliberais?
      Não creio que seja ignorância, embora ignorem o pensamento desenvolvimentista. Isto porque não acho que a elite seja menos inteligente…
      Mas a ênfase total na política de estabilização em curto prazo, combatendo a inflação como a prioridade, tem uma explicação simples: trata-se da defesa do poder aquisitivo da moeda, a maior riqueza líquida!
      Essa é a maior preocupação dos ricos – e não a ocupação ou o emprego dos pobres, para esses obterem renda.
      att.

      • Fernando,

        Para de lutar contra espantalho (… defesa de poder aquisitivo da moeda…).

        Eu estou muito menos preocupado com a inflação no curto prazo do que com os fundamentos do crescimento de longo prazo. Vide a lista de itens que mencionei acima (protecionismo, incentivo à industria de bens de capital, integração Sul-Sul; conteúdo nacional no pré-sal) e que é quase que um plano estagnação. E como tenho dito, a prova do pudim está nos resultados. O primeiro mandato de Dilma periga ter a menor taxa de crescimento da história.

      • Irineu,
        a menor taxa de crescimento da história ocorreu na era neoliberal, sob monitoramento do seu FMI, quando não tinha uma crise mundial na dimensão atual, em que todos os países adotam o protecionismo — e o FMI não pia.
        Certamente, você sabe separar resultados de curto e de longo prazo – além de um mandato de 4 anos. Não é difícil…
        Como o FMI explica a menor taxa de desemprego da história?
        Pára para pensar…

    • “Quando se trata de investimento produtivo, trabalho, sacrifico, esforço, os quais apresentam resultado ao longo do tempo, por que eles são os primeiros a desmerecer?”

      Isso me parece o mundo às avessas. Quem está no governo desde 2002 é a administração ‘desenvolvimentista’ que não aumenta o investimento público porque NÃO QUER.

      Quem escolhe as prioridades não são os neoliberais ou os economistas malvados, mas sim quem está no governo.

      A prioridade do governo ‘desenvolvimentista’ é subsidiar Friboi, Vale, fornecedores da Petrobrás, Eike, Steinbruch, Odebrecht, Santander etc.

      E o papel do economista de esquerda no Brasil é bater palmas para esse espetáculo bizarro.

      • Irineu,
        compare os indicadores socioeconômicos e deixe de chorar como “viúva do FMI”…

        Aqui, seu tempo de monitoramento já passou com o “passa-fora, moleque” que o FMI levou após 2003!

        Esse espetáculo de mobilidade social, de fato, deve ser bizarro para você, que jamais imaginou ser alcançado por economista de esquerda, depois dos anos perdidos com economistas de direita.

        Curiosa essa sua contradição, defendendo aumento de investimento público no OGU, depois de passar anos incentivando o processo de privataria e desmanche do Estado. O investimento no Capitalismo de Estado no Brasil se dá por associações entre empresas estatais, privadas nacionais e estrangeiras, e capital de origem trabalhista em fundos de pensão, FGTS e FAT, com financiamentos de bancos públicos.

        Mas você não entende isso, porque a cegueira ideológica não lhe permite. Você não quer discutir, seriamente.

        Sem nada mais para fazer no FMI, o papel de economista de direita é “épater la gauche”…

      • Com todo respeito, Irineu, o seu comentário me traz outra dúvida:

        Por que o governo que é esse fracasso econômico todo, alardeado, principalmente, pela imprensa oligárquica, irá para o quarto mandato consecutivo?!

        Gostaria de saber a opinião de algum oposicionista consciente.

        Até porque, o governo Dilma decidiu pelo aperto fiscal, numa dose cavalar, após o imenso crescimento no final do segundo mandato do presidente Lula, apelando para mais pura responsabilidade econômica, já que os gargalos de infra estrutura impediriam a sustentabilidade do crescimento. Tanto que hoje prioriza os investimentos e as concessões em infra estrutura: energia, ferrovia, estradas, portos, aeroportos, petróleo. Devem ter poucos precedentes históricos.

        O governo Dilma reduziu os juros, reduziu a tarifa de energia, aprovou a MP dos Portos, tem feito as concessões em infra estrutura e realizou o leilão de Libra. Ou seja, tem feito um trabalho sério, para que o investimento produtivo seja realizado.

        A governo Dilma abdicou de um crescimento espetacular, o qual poderia ser travado por gargalos, para dar condições ao país receber os investimentos. Eu me pergunto: o que falta ela fazer para agradar os economistas de oposição?

  3. “Como o FMI explica a menor taxa de desemprego da história?”

    Eu sei como o Irineu explicaria: é simplesmente uma ilusão retórica.

    Vejamos, a taxa de desemprego a que você se refere (taxa de desocupação nas áreas metropolitanas, da PME) passou a ser calculada apenas em 2002 (como você bem deve saber) e portanto não é vantagem alguma que esteja em seu nível mais baixo da história (são apenas 11 anos!!).

    Já a “taxa de desemprego” calculada a partir da PNAD (disponível no IPEADATA, de 1992 a 2009), que tem abrangência nacional e metodologia comparável ao longo daqueles anos, nunca chegou a ser tão baixa com o PT na presidência quanto fora em 1993 ou 1995.

    Por sua vez, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, calculada pelo SEADE (disponível no IPEADATA), cuja série cobre 1984-2013, ainda é mais alta que os números registrados em 1986-87 durante o governo Sarney.

    • Irineu,
      ilusão retórica de quem?! São falsos os dados estatísticos e a dificuldade de contratar mão de obra?!

      Você quer provar, arrogantemente, que a maioria dos eleitores brasileiros está enganada com a sensação de melhoria no seu bem-estar — e só você está certo?!

      Não lute contra os números, os fatos, os conceitos, a ideologia de esquerda, contra o seu ex-País. Fique aí no FMI, monitorando outros países, pois fará menos mal do que expor sua frustração com o Brasil.

  4. “Por que o governo que é esse fracasso econômico todo, alardeado, principalmente, pela imprensa oligárquica, irá para o quarto mandato consecutivo?!”

    Porque é favorito para ganhar a eleição, oras.

    “Até porque, o governo Dilma decidiu pelo aperto fiscal, numa dose cavalar, após o imenso crescimento no final do segundo mandato do presidente Lula, apelando para mais pura responsabilidade econômica, já que os gargalos de infra estrutura impediriam a sustentabilidade do crescimento. Tanto que hoje os investimentos e as concessões em infra estrutura: energia, ferrovia, estradas, portos, aeroportos, petróleo devem ter poucos precedentes históricos. O governo Dilma reduziu os juros, reduziu a tarifa de energia, aprovou a MP dos Portos, tem feito as concessões em infra estrutura e realizou o leilão de Libra. Ou seja, tem feito um trabalho sério, para que o investimento produtivo seja realizado.”

    Até agora não começou. Devo esperar quantos anos? 3? 5? 10?

    “A governo Dilma abdicou de um crescimento espetacular, o qual poderia ser travado por gargalos, para dar condições ao país receber os investimentos. Eu me pergunto: o que falta ela fazer para agradar os economistas de oposição?”

    Abjurar políticas que deliberadamente restringem o crescimento econômico (ou concentram a renda), oras!

    • Está vendo, Pedro? O Irineu vai contra os fatos… Responde rápido sem pensar.

      Para economista ortodoxo direitista, se deixar o mercado livre, acabam-se “as restrições ao crescimento econômico e a concentração de renda”!

      Fé cega, faca amolada…

  5. Fernando,

    Se indice de popularidade fosse sempre sinonimo real de boa conducao economica a Argentina seria pais de primeiro mundo. De tempos em tempos eles aparecem como estando muito bem, mas sem politicas coerentes e sustentaveis so’ patinam e regridem.

    Nao importa quao bonito seja o discurso que voces fazem, a conta vai chegar. E quem vai pagar serao os iludidos de sempre, que votaram pensando em fazer mudanca. As poucas que houveram foram pra se perpetuar no poder.

    Faltam brasileiros, sobram partidarios.

  6. É, sr Fernando; taí o resultado de sua política “desenvolvimentista”- que diabos. significa isso?- que nos levaria à 5ª posição da economia mundial. E, para a correção de toda a lambança “desenvolvimentista”- como sempre- o país recorrerá à “ortodoxia” da Casa das Garças ou da PUC-Rio. Não aprendem, hein! Em tempo: “menas” bairrismo, moço, “menas”.

    • Prezado Valério,
      perderei mais um pouquinho de tempo útil para uma resposta que será inútil para você: recorrer a um golpe de Estado para tentar implantar novamente a fracassada política econômica neoliberal de 1995-2002 e 2015 é o que resta à sua gente. Antecipe ao que todos farão e compare como os resultados de 2003-2014.
      att.

      PS: em tempo, atribuir-me “bairrismo” é atitude de quem me desconhece pessoalmente. Os neoliberais da Casa das Garças ou da PUC-Rio não olham nem para seu bairro. Visam apenas saciar sua sede de poder em defesa de seus negócios pessoais. Vale tudo, mesmo que seja via golpe contra a democracia brasileira!

      • Primeiro, neoliberal é um termo sem respaldo inventado pela esquerda, segundo economicamente o plano real foi desenvolvido a partir de 1992 e a esquerda era contra, o Brasil guinou a partir disso. O que foi feito de 2003 a 2014, foi um aproveitamento das condições favoráveis internacionais e advindas do plano real, apenas se gastou a gordura e se tentou criar um plano de poder! Que graças as pessoas de bem está perdendo força como se viu nas eleições municipais de 2016, um liberal por definição quer a diminuição do estado, sim pensamos em nossos interesses individuais, pois a menor minoria que existe não são gays, negros ou índios, a menor minoria é o individuo, e sim se deve ter respeito a propriedade privada, se deve ter o resgate dos valores a muito perdidos e da liberdade individual. Chega de textos sentimentalistas, economia se faz com inteligencia e números não com doutrinação e promessas vazias!

      • Prezado Felipe,
        em geral, jogo no lixo todos comentários imbecis. Mas deixo este para alertar sobre sua desatualização: a ideia do indivíduo como centro do mundo é parte do antropocentrismo do século XVII, quando lutar pelo indivíduo contra a Monarquia Absolutista era progressista. Depois das revoluções burguesas, tornou-se reacionarismo contra a evolução histórica.

        O mundo girou, a Lusitana rodou e você não se atualizou! Hoje, examina-se as situações que emergem em diversas escalas via análises de interações entre indivíduos heterogêneos, instituições, dependências de trajetórias e outras cositas. Enfim, o mundo é um sistema muito mais complexo que sua ignorância reducionista supõe…

        Deixe de ser reaça, estude, informe-se, porque sua ignorância tosca só convence a outros ignorantes.
        att.

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