Quem são os carregadores do títulos da dívida pública mobiliária brasileira? Eu, você, nós? Em boa parte (43%), somos nós, se todos nos estivermos classificados como PF (Pessoas Físicas) investidores de Fundos de Investimentos, seja do varejo (tradicional — 66% — ou alta renda — 33%), seja do private banking (1%). Respectivamente, desconsiderando os depositantes de poupança, em dezembro de 2015, nós das castas éramos 6,3 milhões com riqueza financeira média per capita de R$ 12 mil, 3,1 milhões com R$ 113 mil e 110 mil pessoas com R$ 6,5 milhões. Combinados, mas desiguais…
Desconsiderando essa Administração de Recursos de Terceiros, em abril de 2016, os bancos carregavam em suas Tesourarias como recursos próprios 21% e os investidores não-residentes (estrangeiros) 18%. Pessoa Física, em Tesouro Direto, carregava apenas 1,7%. O restante de títulos estavam classificados como “não vinculados” ou “outros”.
A ANBIMA informa também que a Distribuição do Patrimônio Líquido dos Fundos por Segmento de Investidor ficou bastante estável desde dezembro de 2014 até abril de 2016:
- Institucional (fundos de pensão fechados de empresas públicas e privadas, seguradoras, fundos de pensão abertos, etc.) com 39,2%;
- Corporate (grandes e médias empresas) com 14% superado por Private Banking (ricaços) com 14,3%;
- ambos com menos que o Varejo (eu, você, nós, gente de baixa e alta renda) com 16,3%;
- juntos superamos também o Poder Público com 9% e outros/estrangeiros com 7,2%.
Como os fundos de pensão possuem também capital de origem trabalhista, unidos, venceremos! A luta continua!
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As premissas do Fernando Nogueira da Costa não aparecem neste post, por isso sua conclusão pode parecer um tanto surpreendente.
O artigo vale de todo por sintetizar as porcentagens dos proprietários de cotas aplicadas em fundos.
Professor Fernando, 2 dúvidas de um mero financista do setor industrial. 1- Se o país possui quase US$400 bi em reservas, parte desse colchão não poderia ser utilizado como um “hedge” para uma captação externa a juros muito menores que poderia ser utilizado para forçar uma queda nas taxas de juros locais e movimento de resgate dos títulos atrelados à Selic ? 2- O fato de 2 indexadores chaves da economia nacional, IPCA e Selic, serem cruciais nos ganhos e resultados de bancos privados e fundos de investimento, não implicam em uma postura eternamente altista por parte desses atores ?
Prezado Muchacho,
1. supostamente, O Mercado precifica o risco-país levando em conta todas as informações, inclusive suas reservas;
2. eu defendo que os diretores do BCB, membros do COPOM, deveriam se declarar “impedidos” para elevar a taxa de juros, pois eles se beneficiam pessoalmente disso!
Essa minha sugestão jamais será aceita… Snif, snif…
🙂