A diferença registrada entre o crescimento absoluto da renda dos diferentes decis (veja gráfico acima) é altamente desigual – muito mais do que as simples taxas de crescimento sugeririam – mesmo após levar-se em consideração o choque econômico sobre as rendas após 2008, como revela a linha azul da Figura 1.
A renda dos 10% mais pobres aumentou em US$ 65 entre 1988 e 2011, o equivalente a menos de US$ 3 adicionais por ano, enquanto a renda dos 1% mais ricos aumentou 182 vezes mais que a dos pobres, em mais de US$ 11.800.
Pesquisas da Oxfam revelaram que:
- ao longo dos últimos 25 anos, o 1% mais rico teve um aumento de renda superior ao registrado para os 50% mais pobres juntos e
- quase metade (46%) do aumento total da renda beneficiou os 10% mais ricos.
Isso explica porque os 10% mais pobres da população mundial ainda vivem abaixo da linha de extrema pobreza, definida em US$ 1,90 por dia atualmente.
Novas estimativas indicam que o patrimônio de apenas oito homens é igual ao da metade mais pobre do mundo. Enquanto o crescimento beneficia os mais ricos, o restante da sociedade – especialmente os mais afetados pela pobreza – sofrem com a miséria ou a indigência: dificuldade de se alimentar.
Saiba mais sobre essa desigualdade extrema no Relatório de 2017 da Oxfam – Uma economia para os 99%:
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Os seis homens mais ricos do Brasil concentram a mesma riqueza que toda a metade mais pobre da população do país (mais de 100 milhões de brasileiros), segundo o relatório da ONG Oxfam divulgado nesta semana.
A ONG britânica de assistência social e combate à pobreza usa como base levantamentos sobre bilionários da revista “Forbes” e dados sobre a riqueza no mundo de um relatório do banco Credit Suisse.
De acordo com a “Forbes“, as seis pessoas mais ricas do Brasil são:
- Jorge Paulo Lemann, sócio da Ambev (dona das marcas Skol, Brahma e Antarctica) e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
- Joseph Safra, dono do banco Safra
- Marcel Herrmann Telles, sócio da Ambev e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
- Carlos Alberto Sicupira, sócio da Ambev e dono de marcas como Budweiser, Burger King e Heinz
- Eduardo Saverin, cofundador do Facebook
- João Roberto Marinho, herdeiro do grupo Globo
A fortuna somada desses seis empresários era de US$ 79,8 bilhões (cerca de R$ 258 bilhões) em 2016, de acordo com a “Forbes”.
Na sexta posição entre os mais ricos do país, João Roberto Marinho aparece empatado com seus dois irmãos, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho, com patrimônio estimado em R$ 13,92 bilhões cada um. Se fosse considerado o patrimônio dos três irmãos juntos, a desigualdade seria ainda maior, segundo a Oxfam.
No caso do Brasil, a ONG afirma que os salários dos 10% mais pobres da população brasileira aumentaram mais que os salários pagos aos 10% mais ricos entre 2001 e 2012, ou seja, na Era Social-Desenvolvimentista (2003-2014), antes da volta da Velha Matriz Neoliberal em 2015 e o Golpe de 2016.
“Em muitos países em desenvolvimento nos quais as disparidades salariais estão crescendo, a diferença de remuneração entre trabalhadores com diferentes habilidades e níveis de formação é um grande impulsionador da desigualdade”, diz o relatório da Oxfam, intitulado “Uma economia para 99%“.
A desigualdade é praticamente a mesma no cenário global. No mundo, apenas oito bilionários acumulam a mesma quantidade de dinheiro que a metade mais pobre da população do planeta, ou seja, 3,6 bilhões de pessoas juntas, segundo a ONG.
Entre os oito mais ricos do mundo estão o cofundador da Microsoft Bill Gates, o dono da rede de moda Zara, Amancio Ortega, e o cofundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg.
Os mais ricos do mundo, segundo a Forbes
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Consulte no site da Oxfam.
att.