
Correlação é a relação estatística entre duas variáveis, mas nem sempre implica em causalidade. Remete a uma falácia lógica, denominada cum hoc ergo propter hoc, do latim, “com isto, logo por causa disto”.
Há a possibilidade de haver uma causa em comum para ambas, ou seja, as duas variáveis em questão não terem nenhuma relação de causa, e a sua aparente conexão ser só uma coincidência. Em função de um terceiro elemento, é chamada de “correlação espúria”.
Uma variação comum é a falácia post hoc ergo propter hoc (depois disto, logo por causa disto). Muito comum no jornalismo superficial, a relação causal é presumida porque simplesmente uma coisa acontece antes de outra coisa, daí se deduz equivocadamente a segunda coisa só pode ter sido causada pela primeira.
As Notas para a Imprensa, divulgadas mensalmente pelo Banco Central do Brasil, apresentam a evolução das Estatísticas Monetárias e de Crédito. Elaborei uma tabela síntese (veja acima) onde se observa uma correlação entre a taxa de juro do crédito rotativo, isto é, um empréstimo de emergência concedido por um mês ao comprador com cartão de crédito inadimplente no pagamento da fatura, e o Índice do Custo do Crédito para Pessoas Físicas.
Esta é a taxa de juro média ponderada de todas as operações de crédito com as Pessoas Físicas. No fim de 2021, a únicas exageradas eram a do cheque especial (128% aa) e as dos cartões de crédito: rotativo (350% aa) e parcelado (159% aa). As demais eram mais “civilizadas”.