Bancos públicos e financiamento em longo-prazo no Brasil

O artigo abaixo foi escrito por  William Vella Nozaki, aluno do Doutorado do IE-UNICAMP, para a disciplina “Tópicos Especiais de Economia Bancária”, que ministrei no segundo semestre de 2010. Ele se graduou na Ciências Sociais da USP e defendeu ótima dissertação de Mestrado no IE-UNICAMP sobre bancos nos primórdios do capitalismo no Brasil. No artigo, os leitores observaram sua capacidade analítica e visão sistêmica de maneira sintética.

Continuar a ler

Aula 14 sobre Estratégia Brasileira de Inserção Internacional

Aula 14 Financiamento Interno em Longo Prazo

Aula 14 Estratégia de Inserção Internacional

Resumo da Aula:

Se mantiver, continuamente, política de crescimento com distribuição de renda, o Brasil terá a possibilidade ser um dos maiores mercados consumidores do mundo, atraindo com sua escala mais investimentos diretos estrangeiros, que podem multiplicar renda e empregos. Essa economia de escala deve ser a meta de todos os empresários no Brasil, seja do setor produtivo, seja do setor financeiro. Com a estabilização da inflação, os primeiros sentiram antes a necessidade de serem competitivos, segurando preços e ampliando quantidade vendida. Agora, com ampliação da escala do mercado de crédito, os próprios bancos já começam a sentir que a política de repasse automático do aumento de custo de captação para seus preços, isto é, para as taxas de juros do crédito, não é a melhor conduta para o sistema financeiro.

Aula 13 sobre Financiamento do Desenvolvimento Urbano

Aula 13 Financiamento do Desenvolvimento Urbano

Resumo da Aula:

Com as vitórias da oposição popular em eleições democráticas, a partir de 1982, houve início da adoção pelos poderes públicos locais de políticas de reconhecimento das favelas e dos loteamentos irregulares e clandestinos como solução dos problemas de moradia das camadas populares. Ao proporem a legalização da posse da terra e a urbanização das favelas essas políticas democráticas reduziram as incertezas quanto à manutenção dos moradores em suas ocupações e criaram expectativas de melhorias das condições de vida. O resultado foi também a redução das barreiras para novas ocupações ou para o crescimento vertical das favelas. Os dados comuns às favelas e mostram que esses locais não podem ser vistos apenas como áreas de moradia ou de narcotráfico, pois existem comércio de bens, prestação de serviços e vida urbana estruturada dentro das favelas. Os governos democráticos investem na transformação das favelas em bairros populares urbanizados.

 

Avaliação de CE901 VII A – Tópicos Especiais de Economia Bancária

AVALIAÇÃO: seminário com apresentação escrita e oral da idéia-chave defendida em artigo individual sintético (entre duas a quatro páginas) a respeito de “Passado, presente e futuro dos negócios bancários no Brasil” ou algum tema apresentado em seminário.

Na avaliação será considerada, principalmente, a consistência histórica de suas justificativas para defesa de sua hipótese. Além disso, serão avaliadas suas argumentações empíricas ou estatísticas.

Serão também considerados: forma (ortografia, pontuação, acentuação, estilo, etc.); conteúdo (domínio da matéria); adequação (posicionamento pessoal quanto ao tema solicitado); coesão (relacionamento entre as partes, causalidades, deduções, etc.); coerência(fio-condutor do argumento, exposição com início-meio-fim, defesa da hipótese levantada, etc.). Considere a Arte de Escrever (Arte de Escrever) e 27 Dicas Para Você Escrever Bem (27 Dicas Para Você Escrever Bem).

Entregar o trabalho impresso e preparar para expô-lo, oralmente, durante seminário no dia 07/12/10.

Aula 12 sobre Crédito Agrícola e Seguro Rural

Aula 12 Crédito Agrícola e Seguro Rural

Resumo da Aula:

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) prevê que o país será o maior produtor mundial de alimentos nessa década. A despeito das transformações ‘produtivistas’ ocorridas na economia rural nos últimos anos, os bancos privados ainda se mostram reticentes a financiar, voluntariamente, o setor.  Por esse motivo, respondem pela quase totalidade do financiamento da atividade corrente e de investimento do setor rural: os mecanismos parafiscais, os bancos públicos e os recursos de aplicação compulsória dos bancos comerciais. Os riscos climáticos e sanitários deveriam ser mitigados com o seguro rural e os riscos de mercado, com o mercado formal de derivativos agropecuários em operações de hedge. As transações com derivativos envolveriam instrumentos contratuais de venda antecipada e proteção contra variações cambiais. Tratar-se-ia de transição histórica: da economia de endividamento, via BB, para economia de mercado de capitais, via seguradoras ou BM&F. Nesse cenário futuro, o subsídio ao prêmio de seguro deverá ser o único subsídio público para a agropecuária no Brasil. Os benefícios futuros da maior credibilidade de contratos e dos menores gastos públicos superarão os custos atuais com as periódicas equalizações de juros do crédito rural oficial, securitizações e renegociações da dívida rural.

Ler mais: Brasil: Celeiro Agrícola do Mundo

Aula 11 Financiar atividades: evolução do crédito popular e do microcrédito

Aula 11 Evolução do Crédito

Resumo da Aula:

Acreditava-se no potencial para a atuação, na área de microcrédito, dos outros bancos públicos federais, além do Banco do Nordeste do Brasil. Pensava-se que eles poderiam fazer parcerias com Sociedades de Crédito a Microempreendimentos (ou ONGs) para os programas de microcrédito, de fato, terem impacto social significativo. No entanto, as modalidades de crédito popular da Caixa e do Banco do Brasil não seguiram o modelo puro do microcrédito (produtivo orientado) com grupos de aval solidário, devido a seu custo e sua abrangência restrita. Acabaram criando modelo propriamente brasileiro, que foi construído para tecnologia bancária avançada enfrentar problemas específicos de sociedade urbana, massificada, espalhada em território imenso, com grande desigualdade de renda. Essa política de acesso maciço a crédito fomentou o mercado de consumo popular no país.

Ler sobre o assuntoRelatório do CrediAmigo do Banco do Nordeste do Brasil

Aula 10 Financiar atividades: riscos e formação da taxa de juros

Aula 10 Financiar atividades Riscos e formação da taxa de juros

Resumo da aula:

A diferença entre o valor de mercado dos ativos do banco (A) e o valor de mercado de seus passivos (P) é chamada de patrimônio líquido (PL) do banco. Esse é o valor econômico do capital dos proprietários do banco. Indica a soma que os acionistas conseguiriam se pudessem liquidar os ativos e passivos do banco aos preços correntes nos mercados financeiros, vendendo empréstimos e obrigações e recomprando depósitos aos melhores preços vigentes: PL = A – P. Os choques de taxas de juros são exógenos ao banco, resultando de mudanças da política monetária adotada pelo Banco Central, mas estão sob o controle de sua administração: 1. a magnitude (em anos ou dias) do hiato de duration e 2. a escala (tamanho absoluto da exposição) do banco. O administrador pode utilizar informações relativas ao hiato de duration do banco para reestruturar seu balanço, visando proteger o patrimônio dos acionistas contra o risco de variação de taxa de juros.

Ler sobre o assunto: Custo do crédito no Brasil

Aula 9 Oferecer produtos financeiros e captar funding

Aula 9 Oferecer produtos financeiros e captar funding

Resumo da aula:

Grande parte da riqueza de “novos ricos”, no Brasil, pré-reforma do mercado financeiro e do mercado de capitais, surgiu de atividades não-produtivas, geralmente ligadas a ganhos de capital por meio de valorizações patrimoniais, como a venda de bens – imóveis, fazendas, empresas, participações, etc. – comprados com preços baixos e vendidos após forte alta. Os investimentos e, conseqüentemente, as necessidades de financiamento das empresas privadas nacionais foram limitados e atendidos pelos lucros retidos e por créditos de fornecedores e de bancos oficiais. Desenvolveu-se, aqui, economia de endividamento e não a economia de mercado de capitais. O desafio será securitizar os créditos concedidos em longo prazo, vendendo-os em mercado secundário, para investidores institucionais e estrangeiros.

Aula 8 Função básica dos bancos: viabilizar sistema de pagamentos

Aula 8 Mercado de Reservas Bancárias e Cartões de Pagamentos

Resumo:

Depósitos compulsórios são a condição necessária para a regulação do mercado de reservas bancárias, onde a política monetária é, dinamicamente, executada, através das operações de mercado aberto, para a fixação da taxa de juros. A obrigatoriedade de recolhimento (em espécie) de parcela dos depósitos junto ao Banco Central dita padrão de comportamento para as instituições bancárias e define a demanda por reservas bancárias. Definida esta demanda, resta ao Banco Central gerenciar as  operações diárias que aumentam ou reduzem as disponibilidades de liquidez, ou seja, a oferta de moeda, para colocar a SELIC-mercado no nível da SELIC-meta.

Aula 7 sobre Bancos Estrangeiros

Aula 7 Desnacionalização

Resumo:

Quanto aos impactos da desnacionalização bancária, na era neoliberal (1988-2002), os bancos estrangeiros não causaram modificações significativas no varejo bancário brasileiro, quer em termos de competitividade e de eficiência, quer no estímulo ao crescimento, via ampliação na oferta de crédito. A razão básica para isso foi que os bancos estrangeiros não entraram no varejo brasileiro para serem instituições inovadoras. Os maiores objetivos foram: aproveitar a oportunidade da abertura; usufruir da elevada rentabilidade do mercado doméstico, principalmente com títulos da dívida pública indexados ao dólar. Como efeito retardado da desnacionalização, atualmente, a remessa de lucros para o exterior provoca déficit na conta de serviços do balanço de pagamentos brasileiro.

Aula 5 sobre Bancos Nacionais Privados

Aula 5 Bancos Nacionais Privados

Resumo:

São traços comuns no esboço dos perfis dos “bancos líderes”:

  1. todos bancos, em conjunto com empresas não-financeiras, fazem parte de grupo econômico forte.
  2. atuam em todas atividades bancárias, seja de varejo, seja de atacado, entretanto, sem perderem o foco em seu nicho de mercado específico.
  3. cresceram através de fusões e aquisições bancárias, ganhando assim abrangência nacional, apesar de sempre privilegiarem a disputa de negócios na região mais dinâmica e no centro financeiro, i.é, em S. Paulo.
  4. conseguiram opor barreira tecnológica aos seus concorrentes.
  5. antes, não tinham escala para almejar maior inserção internacional.

Aula 6 sobre Bancarrotas

Aula 6 Bancarrotas

Resumo: Algumas características comuns dos casos expressivos entre os bancos “perdedores”, isto é, aqueles cujas marcas desapareceram, nos anos 90, são: a promiscuidade com o instável poder político, o autofinanciamento do grupo econômico-financeiro, o vínculo maior com sua base regional, a defasagem tecnológica em relação aos maiores concorrentes, a vulnerabilidade face às mudanças no contexto macroeconômico, a gestão familiar, não-profissional e fraudulenta.