Finanças Comportamentais para Planejamento Financeiro Pessoal

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE ECONOMIA

SECRETARIA DE GRADUAÇÃO

Rua Pitágoras 353 – CEP: 13083-857 – Campinas – SP

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CE-858 – ELETIVA: FINANÇAS COMPORTAMENTAIS PARA PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL

Turma C
Terça-feira das 21h às 23h.
Quinta-feira das 19h às 21h. 

Professor Titular do IE-UNICAMP: Fernando Nogueira da Costa

Ementa:

Educação financeira a respeito de rendas do trabalho, do capital produtivo, do capital financeiro, do capital imobiliário, neuromarketing ou prevenções contra impulsos emocionais para consumir, neuroeconomia ou psicologia dos investidores, finanças comportamentais, planejamento financeiro da vida pessoal e/ou familiar, planejamento financeiro da aposentadoria, economia da felicidade ou da boa vida.

Objetivo:

O objetivo deste curso eletivo é divulgar ensinamentos sobre a cultura financeira, isto é, conhecimentos a respeito das formas de acumulação e manutenção de riqueza através da seleção de carteira de ativos, e técnicas de planejamento financeiro da vida pessoal até a aposentadoria, para substituir a renda do trabalho pela renda do capital financeiro e/ou imobiliário.

Justificativa:

Alguns cientistas estão empenhados em conhecer os fatores racionais e emocionais capazes de levar os indivíduos a gastar ou investir. Áreas distintas da ciência estão somando conhecimentos para estruturar o campo de estudo destinado a cumprir essa tarefa: a Neuroeconomia. Ela é resultado da união de ferramentas de investigação e conhecimentos da Psicologia, da Economia e da Neurologia, com a ajuda de seus sofisticados aparelhos de diagnóstico por imagem ou tomografia, por ressonância magnética funcional e/ou por eletroencefalograma portátil, em forma de capacete.

De um lado, desenvolveu-se o chamado Neuromarketing. Usa as ideias sobre a tomada de decisões para atiçar as vendas, mas ajuda também a descobrir meios de melhorar as reações do consumidor, prevenindo-o contra impulsos emocionais. De outro lado, cursos para leigos, ministrados por economistas especialistas em Finanças Comportamentais, ensinam os alunos a evitar as armadilhas da mente humana e a tomar decisões vantajosas no tempo certo.

Para orientação a respeito, esses economistas se debruçam sobre a extensa evidência de experiências compilada por psicólogos cognitivos sobre vieses heurísticos sistemáticos. Surgem quando as pessoas formam crenças ou preferências a respeito de decisões financeiras.

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Arte da Especulação

Aula 18 Arte da Especulação

Resumo da aula:

Os axiomas de alguns participantes do mercado de capitais de Wall Street constituem regras para assumir riscos e acumular ganhos. Constituem não apenas uma “filosofia da especulação”, mas também referências para o obtenção de sucesso financeiro, na medida que “enriqueceram muita gente”. Examiná-las servirá para verificar se essa cartilha do especulador profissional sobre estratégia de mercado colide com as Finanças Racionais e sanciona as Finanças Comportamentais, ou vice-versa. Rejeitando qualquer “ilusão de ordem” e/ou teoria, ele aposta na sorte, ou seja, no acaso e na experiência prática de pesquisar, escolher e reagir rapidamente. Ao desdenhar a Economia Pura e a Economia Aplicada, ele tem comportamento baseado no menor nível de abstração, o da Arte da Economia, ou melhor, o de tomar decisões práticas, com base em “o que é” e não em “o que deveria ser”.

Reflexividade no Mercado de Ações

Aula 17 Reflexividade no Mercado de Ações

Objetivo da aula:

Os preços das ações devem exercer certa influência sobre os fundamentos para criar o padrão boom/crash. É possível ter conexão reflexiva entre os preços das ações e a tendência predominante mesmo quando os fundamentos não são afetados, mas, sem isso, ela é passível de ser corrigida no curto prazo. Quando os fundamentos são afetados, a tendência dá início a processo auto-reforçador que faz com que os preços das ações, os fundamentos e as tendências dos participantes mudem em relação ao que eram. O modelo reflexivo não pode substituir a análise dos fundamentos: o máximo que ele pode fazer é fornecer algum ingrediente que nela falta. As duas abordagens podem ser reconciliadas: a análise fundamentalista procura estabelecer como valores subjacentes se refletem nos preços das ações, enquanto a teoria da refletividade mostra como os preços das ações podem influir nos valores subjacentes. Uma fornece quadro estático, a outra, quadro dinâmico.

Teoria da Reflexividade

Aula 16 Teoria da Reflexividade

Objetivo da aula:

O processo de boom e crash ocorre somente quando os preços de mercado encontram maneira de influenciar os assim chamados fundamentos, que deveriam estar refletidos nesses valores de mercado. O curto-circuito entre os chamados fundamentos e a valorização que lhes é imputada não ocorre com muita freqüência, mas, quando ocorre, gera movimento que é, inicialmente, auto-sustentado, mas que acaba se transformando em autodestrutivo. O erro mais comum é a incapacidade de reconhecer que os “valores fundamentais” não são independentes do ato de valorização. Este foi o caso do boom dos empréstimos internacionais, em que as atividades de empréstimos dos bancos ajudavam a melhorar as relações de débitos pelas quais os próprios bancos se guiavam na sua atividade de empréstimos. Os bancos usavam a chamada razão de débito para medir a capacidade de endividamento dos países devedores, tais como a razão dívida/PIB ou a razão serviço da dívida / exportações. Eles consideravam essas medidas objetivas, mas estas eram influenciadas por suas próprias atividades, p.ex., quando eles suspendiam os empréstimos, o PIB se deteriorava.

Seminário sobre Finanças Comportamentais: Implicações para Investidores

Aula 15 Implicações para investimentos

Resumo:

As Finanças Comportamentais vem se dedicando, especificamente, ao exame do comportamento dos mercados, com base na Psicologia Econômica dos investidores. Não é possível formular uma única estratégia genérica de investir ou administrar o dinheiro. Se todos os investidores fizerem o mesmo, procurando agir na mesma direção, quando se tratar de investir, por exemplo, comprando determinada ação, ela se valorizará até níveis considerados irrealistas. Então, na reversão, não haverá chances para todos aqueles que a compraram realizar o ganho. Havendo assimetria nos mercados, resultará em ganhos para alguns e perdas para outros, que estarão em posições distintas. Portanto, é impossível a prescrição de receitas gerais e infalíveis sobre como se relacionar com o dinheiro: não há apenas uma racionalidade. Os perfis dos investidores são distintos, inclusive por ciclos de vida, posses e capacidades de lidar com risco diferentes.

Aula sobre Diferenças de Comportamentos entre Investidores e Gestores Profissionais

Aula 14 Diferença de Comportamentos entre Investidores e Assessores

Objetivo da aula:

Um dos debates da “fronteira teórica” das Finanças Comportamentais é se há diferença entre as heurísticas dos investidores individuais, “amadores” e/ou pessoais de “investimentos pequenos”, e as dos investidores institucionais, “profissionais” e/ou terceirizados de “investimentos grandes”. A questão controversa é: os assessores financeiros estão livres dos fenômenos comportamentais e conseguem aconselhar de forma perfeitamente racional, sem se deixar levar pelas emoções de seus clientes ou sem cair em suas próprias armadilhas? Segundo os próprios gestores profissionais, a resposta costuma ser não, afinal, são eles, os assessores financeiros, mais treinados e habituados às práticas do mercado, mas sua psicologia humana continua presente em seu comportamento. Portanto, apresentam racionalidade limitada. Curiosamente, para os autores das Finanças Comportamentais, a resposta costuma ser sim

Aula sobre Dependência da Forma e Ineficiência do Mercado

Aula 13 Dependência da Forma e Ineficiência do Mercado

Objetivo da aula:

Razão e emoção não são esferas cerebrais separadas, ao contrário, a razão é guiada pela avaliação emocional das conseqüências pessoais e sociais da ação, desde que se tenha essa consciência. Os teóricos das Finanças Comportamentais afirmam que, quando o investidor não consegue avaliar o problema por todos os ângulos, suas decisões dependem muito da maneira como eles enxergam o problema em determinado momento. Logo, os investidores podem reagir de maneira diferente ao mesmo problema, quando a forma de apresentação desse problema é alterada. Há ineficiência do mercado, porque os vieses heurísticos e a dependência da forma desviam os preços de seus fundamentos, não sendo apenas pequenas anomalias randômicas com efeitos mínimos e não permanentes.

Armadilhas da contabilidade mental para o investidor

Aula sobre Finanças Comportamentais e Vieses Heurísticos

Aula 12 Finanças Comportamentais e Vieses Heurísticos

Objetivo da aula:

O termo heurístico significa o processo pelo qual as pessoas aprendem as coisas por si só, através de tentativa e erro. Esse processo de aprendizagem experimental leva as pessoas a desenvolverem as chamadas regras de bolso,  que são usadas para simplificar o processo de tomada de decisão e, em geral, se apóiam em generalizações arriscadas ou falsas. Um  dos  grandes  avanços  da  Psicologia Econômica ou Economia  Comportamental  foi identificar  os princípios que regem essas regras de bolso, os erros sistemáticos que elas causam e os tipos de investidores cujas psicologias permitem predizer seus comportamentos face a diferentes problemas de escolha.

Seminário sobre Teorias da Burrice e da Inteligência

Aula 11 Teorias da Burrice e da Inteligência

Debate do Seminário:

A definição de idiota é: aquele ser humano que não age de maneira racional, causando prejuízo aos outros sem tirar qualquer vantagem para si mesmo ou até sofrendo alguma perda. Conclusões de pesquisa sobre a “burrice” (irracionalidade), basicamente, são as seguintes. Em cada um de nós existe fator de burrice sempre maior do que imaginamos. Quando a ignorância de uma pessoa se alia às de outras, o efeito cresce em proporções geométricas, e não simplesmente pela adição dos fatores individuais de ignorância. Combinar as sabedorias de várias pessoas é mais difícil que juntar as ignorâncias: geralmente, escolhe-se a solução mais simples, que, muitas vezes, é a menos inteligente.

Algumas pessoas nascem mais inteligentes do que outras ou elas desenvolvem a inteligência durante a vida? Howard Gardner, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas, responde que ambas as coisas ocorrem. Não temos o mesmo potencial em cada tipo de inteligência, pois esse potencial é determinado geneticamente. Aliás, você pode ter todo o potencial, mas se não tiver oportunidades de aprendizagem, motivação, bons professores, você não vai desenvolvê-lo.

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Aula sobre Neuroeconomia

Aula 10 Introdução à Neuroeconomia

Objetivo da aula:

Pesquisadores interdisciplinares apontam a influência dos fatores emocionais individuais (e não da pressuposta “racionalidade genérica”) no momento de escolher. Muitas estruturas cerebrais entram em funcionamento, praticamente, ao mesmo tempo, mas o cérebro processa primeiro as decisões simples e, depois, as complicadas que demandam mais opções. Há embate cerebral entre a razão e a emoção, mas em ambientes de stress ou incerteza, as estruturas associadas às emoções tendem a assumir a liderança, ou seja, predominam. São fatores variantes entre indivíduos e/ou grupos sociais, entre outros, a capacidade de auto-controle ou suportar frustrações, o tamanho das ambições e a defesa dos próprios interesses, e a visão em curto ou em longo prazo. Por tudo isso, os elementos psicológicos fazem parte dos estudos contemporâneos de Economia.

Seminário sobre Instabilidade Financeira versus Hipótese do Mercado Eficiente

Aula 9 Comportamentos Heterogêneos dos Investidores

Objetivo:

A instabilidade financeira não é explicada apenas por fatores aleatórios exógenos. Tal processo pode ser endógeno, isto é, provocado por imitação ou contágio dos comportamentos dos participantes do mercado. A possibilidade de imitar significa que o tamanho relativo dos grupos de investidores heterogêneos não é algo imutável. Certos operadores, que têm, normalmente, determinado tipo de comportamento, podem adotar o comportamento de outro grupo de operadores. Investidores podem adotar estratégias mistas, por exemplo, “arbitrador” pode achar conveniente adotar, em certo momento, o comportamento de “noisy trader”. Tais revisões de crenças não deixam de ser racionais, pois cada investidor pode se preocupar em incorporar, em suas decisões, o julgamento dos outros, para melhorar a adequação de suas antecipações.