PIB cresce 2,9% em 2022 com Tendência de Queda

A economia brasileira cresceu 2,9% em 2022, mas perdeu força ao longo do ano e terminou o quarto trimestre em queda de 0,2% em relação ao trimestre anterior, indicando um desempenho fraco da atividade em 2023. Sem o mesmo impulso de serviços e do consumo das famílias observado no ano passado, mas voltando a contar com a força da agropecuária, a economia deve caminhar para um crescimento ao redor de 1% neste ano.

Em 2023, juros altos, condições financeiras piores, menor confiança de consumidores e empresários, endividamento elevado das famílias e baixa ociosidade na economia jogam contra a atividade. Para completar, não haverá mais o efeito positivo da reabertura da economia, com o fim das restrições à mobilidade para combater a covid, que ajuda a explicar a alta de 4,2% dos serviços em 2022. O impacto das medidas eleitoreiras adotadas pelo governo em desespero pela reeleição também ficou para trás.

Essas iniciativas, somadas a um mercado de trabalho forte, levaram o consumo das famílias a crescer 4,3%. A perda de importância desses fatores contribuiu para a desaceleração na segunda metade de 2022. No quarto trimestre, o PIB, com queda de 0,2%, teve resultado pior que a alta de 0,3% do terceiro trimestre e que a expansão na casa de 1% dos três trimestres anteriores.

Já o PIB per capita, após recuperar o nível pré-pandemia em 2021, fechou 2022 com alta de 2,2%, alcançando R$ 46.154. Apesar da reação, o indicador ainda está quase 5% abaixo do nível de 2013, ápice da série histórica, deve cair neste ano e ter pequena variação em 2024, pelas contas da economista Silvia Matos, do FGV Ibre. Para haver uma mudança significativa, “é preciso um crescimento sustentado, não o que a gente vê agora”, diz Silvia.

Economista-chefe do Santander repete a mesma ladainha neoliberal: é preciso reduzir as incertezas fiscais, para melhorar a percepção de risco sobre o Brasil. Se isso ocorrer, os juros futuros cairão, ajudando a reativar a economia. Ela projeta crescimento de 0,8% em 2023.

Continuar a ler

Sistema de Contas Nacionais em 2022

Período de comparaçãoIndicadores (%)
PIBAGROPINDUSSERVFBCFCONS. FAMCONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal)-0,2%0,3%-0,3%0,2%-1,1%0,3%0,3%
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal)1,9%-2,9%2,6%3,3%3,5%4,3%0,5%
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal)2,9%-1,7%1,6%4,2%0,9%4,3%1,5%
Valores correntes no 4º trimestre (R$)2,6 trilhões116,5 bilhões539,8 bilhões1,6 trilhão488,5 bilhões1,7 trilhão529,8 bilhões
Valores correntes no ano (R$)9,9 trilhões675,5 bilhões2,1 trilhões5,8 trilhões1,9 trilhão6,3 trilhões1,8 trilhão
Taxa de investimento (FBCF/PIB) 2022 = 18,8%
Taxa de poupança (POUP/PIB) 2022 = 15,9% 

Em 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 2,9% frente a 2021. Houve crescimentos em Serviços (4,2%) e na Indústria (1,6%) e queda na Agropecuária (-1,7%).

O PIB totalizou R$ 9,9 trilhões em 2022. O PIB per capita alcançou R$ 46.154,6 em 2022, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior.

A taxa de investimento em 2022 foi de 18,8% do PIB, enquanto o registrado em 2021 foi de 18,9%. Já a taxa de poupança foi de 15,9% (ante 17,4% em 2021).

Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB variou -0,2%. A Agropecuária e os Serviços também apresentaram variações de 0,3% e 0,2%, respectivamente, enquanto a Indústria variou -0,3%.

Em relação ao 4º trimestre de 2021, o PIB avançou 1,9% no último trimestre de 2022, oitavo resultado positivo consecutivo nesta base de comparação. Foram registradas altas nos Serviços (3,3%) e Indústria (2,6%), enquanto Agropecuária caiu 2,9%.

Principais resultados do PIB a preços de mercado do 4º Trimestre de 2021 ao 4º Trimestre de 2022
Taxas (%)2021.IV2022.I2022.II2022.III2022.IV
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior5,02,43,13,22,9
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores5,05,23,23,02,9
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior 2,12,43,73,61,9
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 1,11,30,90,3-0,2
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

Continuar a ler

Queda da Taxa de Desemprego em 2022

Desemprego menor esconde cenário de ocupação mais fraca _ Brasil _ Valor Econômico (01/03/23)

O ano de 2022 marcou uma surpreendente recuperação do mercado de trabalho. Após o forte baque sofrido durante a pandemia, a economia brasileira gerou vagas formais e informais em ritmo que surpreendeu todos os analistas, levando a taxa de desemprego média no ano a cair ao menor nível desde 2015. Ainda assim, o movimento continuou a perder força na margem, em mais um indício de que 2023 será um ano difícil.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no país foi de 9,3% na média de 2022, ante 13,2% em 2021. Este é o menor nível desde 2015, quando ela caiu a 8,6%.

No quarto trimestre, a taxa de desemprego caiu a 7,9%, contra 8,7% do verificado no terceiro trimestre. Esse resultado veio em linha com a mediana das expectativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, com intervalo das projeções variando de 7,8% a 8,5%.

Em 2022, o país teve uma média de 10 milhões de desempregados, queda de 28% frente aos 13,9 milhões de desempregados que o país teve na média de 2021.

Continuar a ler

Risco Sacado e Escala Crescente do Varejo Eletrônico em Market-Place

Empresas já ajustam balanços depois da Inconsistência Contábil das Americanas _ Empresas _ Valor Econômico (22/02/23)

As empresas já sentiram a pressão do mercado para melhorar a qualidade das informações sobre o chamado risco sacado, depois que o rombo revelado na Americanas aumentou a preocupação dos investidores com essa operação.

Demonstrações financeiras que começaram a ser publicadas há três semanas mostram inclusão de mais informações em relação ao quarto trimestre e ao ano fechado de 2022. É o caso de Assaí, Ultrapar e Lojas Renner, e há ajustes por vir nos balanços em elaboração, especialmente de indústrias de consumo e varejistas. O período de publicação termina em 31 de março.

Para acalmar os ânimos, muitas empresas devem reforçar o argumento de que a antecipação dos recursos pelos seus fornecedores com uso do risco sacado não altera a natureza mercantil do compromisso se não há mudança de prazo e condições de pagamento — ao contrário do feito pela Americanas. Mais importante do ponto de vista do investidor, haverá mais transparência sobre os valores relativos à operação, segundo executivos que supervisionam as demonstrações financeiras.

Companhias defendem a hipótese de o mecanismo mantém a natureza mercantil se prazos e valores não se alteram. Ora, os valores se alteram por conta do aumento do custo de oportunidade do juro!

Com base em levantamento da casa de análise Spiti sobre os balanços de 80 empresas não financeiras do Ibovespa, principal índice da B3, o Valor identificou que em 45 não há menção ao risco sacado, convênio, “forfait” ou outras designações da operação. Isso pode significar que elas não têm esse tipo de compromisso ou que simplesmente não informaram — a Americanas, sabe-se agora, era uma das que tinha a operação, mas não divulgava.

Em janeiro, a Americanas revelou um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço relacionado a operações “turbinadas” com risco sacado e que não eram reconhecidas como passivo.

O estudo da Spiti foi feito por uma equipe de oito analistas que, durante três semanas, levantou dados nos balanços do terceiro trimestre, formulários de referência e demonstrações anuais de 2021.

Com base no levantamento, o Valor mapeou quatro grandes grupos. Além das 45 que não mencionam o risco sacado, um outro grupo, de 35 companhias, admite usá-lo. E a maior parte destas (19) mantém os compromissos dentro da conta fornecedores, dando detalhes nas notas explicativas que são parte das demonstrações.

Continuar a ler

O Precipício Fiscal e A Realidade por André Lara Resende

O precipício fiscal e a realidade _ Opinião _ Valor Econômico 07/02/2023) – Como meus últimos artigos comprovam (veja os posts anteriores), André Lara Resende e eu concordamos totalmente no diagnóstico da atual conjuntura fiscal e monetária! Confira abaixo seu artigo.

Depois de tanto ouvir os economistas e a mídia martelarem insistentemente o problema do déficit público, da insustentabilidade da dívida, que estaria numa trajetória explosiva, que o país estaria à beira de um abismo fiscal, saíram os números das contas públicas relativos ao ano passado. Pasmem: houve um superávit de R$ 126 bilhões, equivalente a 1,3% do PIB.

A dívida pública bruta, aquela que os analistas insistem estar numa trajetória explosiva, caiu 1,1% em proporção do PIB, para 73,5%. Seria de se esperar que os arautos do abismo fiscal reconhecessem que, no mínimo, tinham exagerado o problema fiscal. Mas não, pelo contrário, voltaram com ênfase reforçada, impassíveis diante dos fatos e dos dados.

Vejamos o que diz a Carta Macroeconômica do Itaú divulgada agora em 31 de janeiro. O texto é em inglês para seus clientes e “investidores” estrangeiros. A tradução é minha: “Na nossa visão, o superávit primário e a queda da dívida pública em 2022 são devidos a fatores temporários, ou a aqueles que terão um menor impacto este ano, tais como o elevado volume de receitas extraordinárias, um forte crescimento, a alta inflação e o preço das commodities”.

E para não correr risco de ser mal compreendido e perder a oportunidade de voltar a assustar, prossegue: “A implementação do PEC da Transição implica um significativo aumento do gasto público em 2023, confirmando a perspectiva da volta do crescimento da dívida pública. Na ausência de medidas corretivas, este cenário poderá levar a um novo ciclo de baixo crescimento, alta inflação e altas taxas de juros”.

Continuar a ler

CAGED: Níveis de Emprego Formal de 2020 a 2022

Caged tem corte de 431 mil vagas em dezembro _ Brasil _ Valor Econômico (01/02/23)

Os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego surpreenderam negativamente e sinalizam desaceleração do mercado formal.

Em dezembro, o mercado de trabalho brasileiro registrou fechamento líquido de 431.011 vagas com carteira assinada. Com isso, o saldo de contratações no acumulado em 2022 ficou positivo em 2.037.982 postos.

O resultado de dezembro ficou abaixo da estimativa mediana de instituições financeiras, gestoras de recursos e consultorias, de fechamento líquido de 350 mil vagas, segundo o Valor Data. No mês passado, foram registradas 1.382.923 a admissões contra 1.813.934 desligamentos.

O resultado líquido de dezembro foi pior do que o registrado no mesmo mês de 2021, quando foram fechadas 293.111 vagas.

No acumulado de 2022, houve 22.648.395 admissões e 20.610.413 desligamentos. O resultado líquido foi pior do que o registrado em 2021, quando foram criadas 3,070 milhões de vagas. Para o ano passado todo a projeção mediana do mercado era de abertura de 2,1 milhões de postos, segundo o Valor Data.

Continuar a ler

Inflação da indústria: 3,13% em 2022 é a menor desde 2016

Inflação da indústria fecha o ano em 3,… desde 2016 _ Brasil _ Valor Econômico (02/02/23)

A inflação “porta de fábrica”, sem impostos e fretes, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seu Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou, em 2022, a menor taxa anual em sete anos. No dia 01/02/23, o instituto anunciou queda de 1,29% no IPP de dezembro, mais forte do que a de novembro (-0,52%) e que ajudou o índice a fechar o ano passado com alta de apenas 3,13%.

Além de muito inferior à de 2021 (28,45%), foi a menor taxa desde 2016 (1,71%). O menor ritmo de crescimento global no ano passado, bem como o câmbio no segundo semestre de 2022, contribuiu para o resultado. Isso porque os dois aspectos ajudam a diminuir preço de insumos industriais, no Brasil.

Continuar a ler

Setor público tem o Superávit Primário maior em 2022 desde 2013

Setor público tem o superávit primário maior em 2022 desde 2013 _ Brasil _ Valor Econômico (31/01/23)

Embora as contas públicas tenham registrado piora no fim do ano passado, com déficit nos dois últimos meses, o setor público consolidado acumulou superávit primário de R$ 126 bilhões em 2022 – ou 1,28% do Produto Interno Bruto (PIB) -, maior percentual anual desde 2013. Em termos nominais, é o melhor resultado desde 2011, segundo dados divulgados no dia 30/01/23, pelo Banco Central.

Parte do desempenho do período foi sustentada pelo caixa de Estados e municípios. Eles tiveram superávits consecutivos até setembro. Com a redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e outros itens promovida pelo governo Bolsonaro, os governos regionais reverteram essa dinâmica e passaram a apresentar resultado negativo.

Já os gastos com juros da dívida aumentaram e alcançaram o maior patamar em relação ao PIB desde 2017, com 5,96% em 2022. Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados pelo critério de competência, alcançaram R$ 586,4 bilhões (5,96% do PIB), ante R$ 448,4 bilhões (5,04% do PIB) em 2021. 

Continuar a ler

Meta de Inflação Irrealista: Quem Perde, Quem Ganha

Quanto à crítica dirigida à baixa meta de inflação, Lula está certíssimo! Isto embora ele não seja infalível e/ou sobrenatural como os idolatras apresentam O Mercado: onipresente, onipotente e… onisciente, antes das ignoradas inconsistências contábeis da rede varejista Americanas.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2022, a meta para o IPCA estava em 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. Dessa forma, a inflação poderia ficar entre 2% e 5%. O Relatório de Inflação, publicado em março pelo BCB, estimava o IPCA atingir 8,8% em 2022. Atingiu 5,79% por causa da política eleitoreira dos preços de combustíveis – e não só pelos juros disparatados.

Pelo gráfico acima com a evolução da taxa de inflação (IPCA), desde 2004, apenas em dois anos (2015 e 2021) ela ficou muito acima da meta. Do mês inicial (março de 1999) do regime de meta de inflação até “a freada para arrumação” do primeiro governo Lula, isto é, no fim de 2003, a taxa média mensal de inflação ficou em 8,6% aa. Nos 228 meses seguintes até dezembro de 2022, essa taxa média ficou relativamente estável em torno de 5,8%, ou seja, a sociedade brasileira acostumou-se a conviver com essa inflação inercial.

Cabe, na atual conjuntura mundial, forçá-la a baixar para o centro da meta escolhida por livre arbítrio do CMN em circunstâncias totalmente distintas do atual fenômeno inflacionário global?!

Entre as doze maiores economias, cujo PIB brasileiro caiu no ranking para 12º lugar, a taxa de inflação do país só ficou acima da China (1,8%), Japão (4%), Coréia do Sul (5%) e praticamente empatou com a Índia (5,72%). Ficou abaixo da norte-americana (6,5%) e da Zona Euro (9,2%). Portanto, está alinhada com elas – e não “fora da curva”.

Em compensação, a taxa de juro brasileira em 13,75% aa é, disparadamente, a maior entre elas, bem distante da segunda maior (Rússia com 7,5% aa) e terceira (Índia com 6,25% aa). Como referências, a norte-americana é 4,5% aa e a europeia 2,5% aa.

O juro real brasileiro em 8 pontos percentuais (grosso modo) é o maior do mundo! A pergunta-chave é “quem ganha e quem perde” com ele?

Continuar a ler

Encontro Anual da Associação Econômica Americana (AEA)

A economia mundial parece estar em transição rumo a uma era mais complicada, na qual os juros serão mais altos, as tensões geopolíticas, maiores e as incertezas, mais acentuadas, alertam grandes nomes da economia – como o ex-secretário do Tesouro dos EUA Lawrence Summers, o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) Kenneth Rogoff e uma ex-integrante do banco central britânico, Kristin Forbes.

A era de juros baixíssimos e de alto crescimento na China está saindo de cena, alertaram economistas participantes do encontro anual da Associação Econômica Americana (AEA), em Nova Orleans. Investidores e autoridades econômicas vão se deparar agora com um novo mundo, em que a crescente rivalidade entre EUA e China e riscos de defaults desastrosos serão a nova norma.

“Vivemos em uma era de muitos choques”, disse Rogoff, professor da Universidade Harvard. “Podemos estar em um ponto de inflexão da economia global”.

Continuar a ler

Superávit do Balanço Comercial em 2022

O balanço comercial registrou superávit de US$ 4,78 bilhões em dezembro e fechou 2022 com saldo de US$ 62,31 bilhões, alta de 1,5% contra 2021 e recorde da série histórica. A corrente de comércio, soma de exportações e importações, alcançou US$ 607,704 bilhões em 2022, com alta de 21,5% contra 2021 e também recorde.

Os indicadores são robustos e mostram importante contribuição do balanço para o setor externo. Os resultados de 2022, porém, contaram com papel importante da alta de preços, que deve ajudar menos em 2023. Os dados de comércio foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic).

Continuar a ler

Inflação em 2022

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano passado fechou com uma inflação de 5,8%, ante uma expectativa mediana do mercado de 5,6%. Não fossem as desonerações promovidas em meio à corrida eleitoral, principalmente na gasolina, esse número poderia ter ficado mais perto de 8% a 9%.

Na avaliação dos especialistas, 5,8% ainda é uma inflação elevada, embora represente desaceleração significativa ante os 10,1% de 2021 e o pico de 12,13% alcançado no acumulado em 12 meses até abril. A meta para 2022 era de 3,5%, com tolerância de até 5%.

Os últimos meses do ano passado foram de desaceleração da alta acumulada em 12 meses pelo IPCA. Ela permaneceu em dois dígitos de setembro de 2021 (10,25%) a julho de 2022 (10,07%). A projeção para o ano chegou a ser bem maior do que o de fato observado, mas cedeu, principalmente, depois de Bolsonaro reduzir e/ou zerar impostos sobre itens de peso na cesta.

Continuar a ler