Pedro Cafardo (Valor, 24/04/24) publicou em sua coluna um debate público relevante sobre a razão de a indústria brasileira ter perdida sua extraordinária pujança do período 1930 a 1980. Essa questão continua provocando divergências e inspirando trabalhos acadêmicos.
Em 26 de março, destacou um “paper” dos professores Antonio Marquetti (PUC- RS) e Pedro Cezar Dutra Fonseca (UFRGS). Analisa o processo histórico e sugere estratégias para a reindustrialização.
Volta ao tema para registrar algumas contestações ao trabalho e réplicas. Em resumo, Marquetti e Fonseca citam vários fatores determinantes da desindustrialização:
1. abandono do projeto nacional e desestruturação do Estado;
2. fortalecimento do poder econômico-político da burguesia financeira, fomentado pela elevação dos juros reais e dos lucros financeiros, enquanto a burguesia industrial perdia espaço;
3. reformas com liberalização do comércio;
4. privatizações de estatais, inclusive de bancos estaduais que financiavam a indústria;
5. aumento da dívida interna por causa dos juros elevados;
6. taxa de câmbio valorizada, com efeito negativo na competitividade da indústria.
Paulo Areas, administrador pela California C. University e empresário, em respeitosa discordância, enumerou seis fatores determinantes para a perda de pujança da indústria: