As carteiras das três maiores cooperativas de crédito que atuam no agronegócio devem aumentar significativamente na safra 2023/24, a despeito das intempéries e desafios enfrentados pelos agricultores. Crescem abocanhando fatias de mercado que pertenciam às instituições financeiras tradicionais até poucas safras.
As cooperativas de crédito estão provocando uma “revolução silenciosa”. Nas feiras agrícolas, porém, essas organizações disputam atenção lado a lado com gigantes, como o Banco do Brasil.
“A gente cresce na crise”, afirma Gustavo Freitas, diretor-executivo de crédito do Sicredi, a maior cooperativa de crédito rural do país, em entrevista à reportagem, durante a Show Rural Coopavel, realizada em Cascavel (PR).
Na safra 2023/24, o Sicredi esperava emprestar quase R$ 60 bilhões ao setor, um aumento de 17% em relação à temporada passada. O crescimento até agora está mais próximo dos 10% — ainda um bom volume, dadas as circunstâncias atuais.
A combinação de preços das commodities agrícolas em queda, taxas de juros elevadas e a quebra da safra de soja faz o produtor rural pensar duas vezes antes de investir. Segundo ele, os agricultores esperavam que os efeitos do El Niño fossem mais pontuais, mas o fenômeno se mostrou mais disseminado e aleatório.