Análise da Conjuntura Política (por Luís Nassif)

Manifestantes ricos Manifestantes velhos

Não se iludam, golpistas, o perfil da maioria dos eleitores brasileiros não esteve em suas manifestações no dia 13 de março de 2016. A pesquisa Datafolha mostrou que 77% dos manifestantes declararam que são de cor branca. São, predominantemente, velhos ricos com ensino “inferior”. Não são militantes persistentes, já que 94% não participam de nenhum grupo que promoveu o ato.

Muitos deles são apenas “fernandetes neoliberais”, pois o Datafolha perguntou quem foi o melhor presidente do Brasil e 60% dos entrevistados responderam Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), enquanto na população brasileira, no mês passado, o índice foi de apenas 15%. Apesar da admiração pelo ex-presidente tucano, a preferência dos manifestantes pelo PSDB mostrou um expressivo declínio. Na primeira grande manifestação contra Dilma, há um ano, poucos meses após sua eleição, o partido era o preferido de 37% dos entrevistados. Agora, o índice passou para 21%. E mesmo assim esse índice é muito acima da preferência de todos os eleitores!

Frente à “grande (sic) mídia brasileira”, onde só se encontra colunistas escrevendo panfletos golpistas e locutores demonstrando parcialidade na cobertura de delações sob encomenda e não comprovadas, é necessário ler “a imprensa alternativa”. Era assim também na época da ditadura, quando se queria se informar das notícias de bastidores e se examinar as análises do que, de fato, está por trás do “jogo de cena”. Hoje, temos a alternativa da blogosfera progressista.

Para minha reflexão, gosto de ler o Luís Nassif (Jornal GGN, 09/03/2016), em seu O Jornal de todos Brasishttp://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-tudo-comecou-em-junho-de-2013. Ele analisou a estratégia da Operação Lava Jato como um jogo de xadrez, que apresento de maneira editada abaixo. Ele acha que tudo começou nas manifestações de junho de 2013. Continuar a ler

Jogo Imobiliário

FIPE ZAP X CDI SPFIPE ZAP X CDI SP 2015FIPE ZAP X CDI RJFIPE ZAP X CDI RJ 2015

A geração pré-reforma do mercado de capitais brasileiro em 1964, como ainda não se tinha criado a correção monetária para os investimentos financeiros, sempre deu preferência por investimentos imobiliários em vez de estritamente financeiros. Alega, até hoje, que “investimento em imóveis é mais seguro pela garantia patrimonial e oferece maior ganho de capital”. Omite a baixa liquidez, quando os preços estão em queda, todos querem vender, em simultâneo, para obter disponibilidades a serem aplicadas em juros elevados.

A realidade da deflação dos ativos é terrível, pois quem quer comprar fica aguardando o preço cair mais. Quando a expectativa geral é que “o preço de amanhã será menor do que o de hoje”, ninguém compra! Essa paralisia do mercado gera depressão e desemprego.

Os lançamentos imobiliários tiveram queda de 38,6% na cidade de São Paulo, no ano de 2015, para 20.218 unidades, conforme dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). Em 2014, o volume lançado chegou a 32.930 unidades. A demanda por novos empreendimentos está estagnada, e o estoque do que já foi produzido está elevado. Os lançamentos devem se manter, neste ano, no mesmo patamar de 2015.

Em 2015, a área total lançada na capital paulista foi de 2,052 milhões de metros quadrados, o que representa redução de quase 47%, patamar superior à queda do número de unidades.

O valor médio por metro quadrado dos apartamentos lançados na cidade de São Paulo caiu 8,51% no ano passado na comparação com 2014, de R$ 9.186 para R$ 8.404, conforme levantamento da Embraesp. Espera-se a manutenção da tendência de queda do preço médio do metro quadrado lançado.

Há menos procura por imóveis, os distratos continuam a ocorrer, e as incorporadoras já possuem bancos de terrenos. Nesse cenário, só há opção por novas aquisições de áreas se a oportunidade for considerada “muito atraente”, e poucos negócios tem sido fechados. O mercado de terrenos está favorável ao comprador, e há “leve tendência de queda dos valores”.

Quanto às vendas efetivadas, a última projeção do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, para 2015, era de redução de 20%, na cidade de São Paulo, para 17,3 mil unidades vendidas.

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