Agosto 2021 (após a retomada da alta de juros em março de 2021):
Março 2024:
Fonte: ANBIMA
Finalmente, o jornalismo econômico brasileiro se atenta para um fenômeno financeiro ocorrendo desde 2020 como a estatística (e este modesto blog ) chama a atenção.
Gabriel Shinohara (Valor, 02/05/24) informou: diversos indicadores já apontavam que os investidores vinham saindo da poupança nos últimos anos e migrando para outros instrumentos mais atrativos, como os depósitos a prazo (CDBs), letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA). Agora, uma pesquisa do Banco Central (BC) reforça essa teoria e traz mais dados. Os números indicam que não foi o poupador de baixa renda que saiu da poupança, mas aqueles com volumes maiores investidos.
O BC realizou um estudo sobre a redução no saldo da poupança em 2022 e concluiu que essa queda se deve, principalmente, a uma “pequena parcela de sacadores” que retiraram valores da caderneta para investir em outros produtos, como LCA, CDBs e LCI. A pesquisa analisou 57 milhões de pessoas dos cinco maiores bancos do país – Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander – com saldo de pelo menos R$ 500 na poupança. Dentro deste recorte, 29,5 milhões de indivíduos sacaram quase R$ 279 bilhões e aportaram R$ 201 bilhões em outros ativos.
O estudo mostra que os grandes sacadores são as pessoas de maior renda. Apenas 1 milhão de indivíduos (4% dos que fizeram saques) retiraram cerca de R$ 146 bilhões da caderneta, correspondendo a mais da metade do volume total resgatado. Quando se pegam os 16% dos maiores sacadores, eles retiraram quase 80% do total que saiu da poupança.