Alex Ribeiro (Valor, 09/12/13) informa que o Banco Central aumentou as suas aplicações em ienes pouco antes de a moeda japonesa sofrer uma forte desvalorização ante o dólar, como mostra a edição de 2012 do Relatório de Gestão das Reservas Internacionais. A autoridade monetária vem registrando perdas com esses investimentos, estimadas em US$ 1,5 bilhão em 2013, que são lançadas nas estatísticas como variação de paridade de moedas.
Em 2012, o Banco Central mais do que dobrou as suas aplicações em ienes, cuja participação nas reservas internacionais totais aumentou de 1% para 2,3%. Em termos absolutos, foi um incremento de cerca de US$ 5 bilhões, de US$ 3,5 bilhões para US$ 8,5 bilhões. Esse investimento perdeu valor porque, neste ano, o iene sofreu uma desvalorização de quase 20% ante o dólar. A cotação do iene caiu em virtude de um programa de expansão quantitativa feito pelo Japão para depreciar sua moeda e tentar acelerar o crescimento da economia.
A perda contábil, de cerca de US$ 1,5 bilhão, é pouco quando comparada com o volume das reservas internacionais, que no dado mais recente estava em US$ 376 bilhões. A prática é sempre avaliar o desempenho de uma carteira de acordo com o resultado do conjunto dos investimentos, e não apenas com o resultado de um único ativo, e também com uma visão de prazo mais longo, já que oscilações de preços no curto prazo podem se reverter mais adiante.