Quando a lenda vira um fato, publique-se a lenda.

Mito e lenda

Ontem, no simpaticíssimo Sarau de Fim-de-Ano do Luís Nassif, o violonista acompanhante do bandolinista Joel do Nascimento — uma lenda vida — disse, em público, que “não aprecia os mitos a propósito de uma celebridade musical brasileira”. Depois, conversando com ele e o Nassif, eu lhe lembrei da frase de um dos melhores westerns da história: O Homem Que Matou o Facínora / The Man Who Shot Liberty Valance, dirigido por John Ford em 1962

John Ford é um cineasta de belas imagens, dos planos gerais, das tomadas que mostram paisagens sem fim, a terra gigantesca que foi sendo conquistada ao longo dos séculos por imigrantes de diversas nacionalidades – muitos irlandeses, como seus antepassados – atraídos pelo sonho de uma vida melhor. Este talvez seja seu filme mais verbal.

Aparece nele a frase que define o jornalismo. É quase equivalente a “um cachorro morder um homem não é notícia. Mas um homem morder o cachorro, é”.

É a lapidar:

“Aqui é o Oeste, senhor. Quando a lenda vira um fato, publique-se a lenda.Continuar a ler

Billy Jack

Minha rede neural se reconstituiu, parcialmente, ontem, colocando meus “2 neurônio” – Tico e Teco – a conversarem! Conseguiram, então, lembrar de mais um “filme da minha vida”, ou seja, que me emocionou quando eu vi. Billy Jack é um filme de ação que assisti em 1971. Daí, como não existe em DVD/Blu-Ray no Brasil, a solução foi procura-lo no The Pirate Bay, baixar o arquivo torrent no uTorrent, colocar na mesma pasta e com os mesmos títulos o arquivo avi e o arquivo srt, baixado em LegendasBrasil, e assisti-lo no VLC!

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Mamonas Pra Sempre

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Recentemente, assisti em DVD e emocionei-me com o documentário Mamonas pra Sempre (2009) – veja abaixo o filme completo. É o documentário que homenageia os cinco rapazes de Guarulhos (SP) que, entre 1995 e 1996, obtiveram grande sucesso popular tocando som-pesado de rock com paródias da música brasileira. Passados quinze anos do acidente aéreo que tirou a vida de Dinho, Júlio, Bento, Samuel e Sérgio, não há jovem brasileiro que não se lembre deles com uma saudade especial. Irreverente, a banda parece ainda falar para a geração de hoje, ligada em internet e redes sociais. Ou alguém duvida que Dinho não faria uma composição sobre amor, sexo, traição e pancadaria no Orkut? Na época deles, era o momento de brincar com as “novidades” da azaração em uma Brasília amarela e com as desventuras de um português em uma festinha-suruba.

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Germinal (1993) – Filme Completo e Legendado para Assistir OnLine

Sinopse:

Germinal é um romance do escritor Émile Zola, o décimo terceiro da série Les Rougon-Macquart e possivelmente um dos mais famosos. A cena tem lugar no norte da França durante uma greve provocada pela redução dos salários. Além dos aspectos técnicos das extrações minerais e as condições de vida nos agrupamentos dos mineiros, Zola também descreve o princípio da organização política e sindical da classe operária, tais como as divisões já existentes entre marxistas e anarquistas.

Para compor Germinal, o autor passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.

O filme retrata o processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitude mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século 19 na França em relação à exploração de seus patrões.

Direção: Claude Berri
Ano: 1993
País: Bélgica, Itália, França
Gênero: Drama
Duração 170 min. / cor
Título Original: Germinal

Os Filmes de Minha Vida – Fase na Terceira-Idade em Campinas (2008-2013)

Para encerrar, por ora, essa séries de posts com “Os Filmes da Minha Vida”, embora sem ter encerrado minha vida, meu sentimento é que a história pessoal de muitos brasileiros se passaram dentro do contexto de vida que também viveram seus ídolos. A meu ver, a recuperação dessas fases da vida nacional através de documentários tem sido o que mais me emocionou recentemente. Já dá para dar um curso para alunos de gerações mais novas sobre o que se passou no Brasil dos anos 60s, 70s, 80s, 90s… Os 2000 eles ainda estão vivendo.

Vamos apresentar os resumos dos roteiros, neste post, na ordem das décadas em que eles retratam o Brasil – e não seguindo a data produção cinematográfica.

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Os Filmes de Minha Vida – Fase no “Poder” em Brasília e São Paulo (2003-2007)

Merchant of Venice

Advertência: este post resume estórias de filmes.

O Mercador de Veneza [The Merchant of Venice ] (2004): é um drama dirigido por Michael Radfort, baseado na obra homônima de William Shakespeare. Na cidade de Veneza, no século XVI, Bassanio (Joseph Fiennes) pede a Antonio (Jeremy Irons) o empréstimo de três mil ducados para que possa cortejar Portia (Lynn Collins), herdeira do rico Belmont. Antonio é rico, mas todo o seu dinheiro está comprometido em empreendimentos no exterior.

Assim, ele recorre ao judeu Shylock (Al Pacino), que estava à espera uma oportunidade para se vingar do desprezo que Antonio tinha para com judeus. O agiota impõe uma condição colateral: se o empréstimo não for pago em três meses, Antonio dará um pedaço da sua própria carne a Shylock. A notícia de que os seus navios naufragaram deixa Antonio em situação complicada, com o caso a ser levado à corte para que se defina se a garantia contratual será mesmo executada.

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Os Filmes de Minha Vida – Fase Crise da Meia-Idade em Campinas (1986-2002)

 

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Advertência: este post resume estórias de filmes.

Platoon (1986): é um filme norte-americano de 1986, do gênero drama de guerra, escrito e dirigido por Oliver Stone. É considerado por vários críticos de cinema como o melhor filme de guerra já feito, tendo vencido prémios por todo o mundo. Praticamente, quase todos os filmes de guerra que lhe sucederam tiveram-no como referência. O roteiro é baseado na experiência pessoal de Oliver Stone na guerra do Vietnã, e num roteiro que ele finalizou por volta de 1976. O orçamento de Platoon foi de 6 milhões de dólares, sendo que arrecadou a quantia de 138 milhões de dólares apenas nas bilheterias estadunidenses.

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Os Filmes de Minha Vida – Fase Jovem Profissional no Rio de Janeiro (1978-1985)

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Advertência: este post resume estórias de filmes.

Laranja Mecânica [A Clockwork Orange] (1971): é um filme britânico de 1971, dirigido por Stanley Kubrick, adaptação do romance homônimo de 1962 do escritor inglês Anthony Burgess. Malcolm McDowell interpreta Alex, o protagonista. Laranja Mecânica tornou-se um clássico do cinema mundial e um dos filmes mais famosos e influentes de Kubrick. A linguagem utilizada pelo personagem Alex foi inventada pelo escritor Anthony Burgess, que misturou palavras em inglês, russo e gírias.

Ambientado na Inglaterra em futuro indeterminado, o filme mostra a vida de um jovem, chamado Alexander DeLarge, cujos gostos variam de música clássica (Beethoven) a estupro e ultraviolência. Ele é o líder de uma gang de arruaceiros, aos quais se refere como “druguis” (palavra originária do russo Drug – Друг; amigo). Alex narra a maioria do filme em “Nadsat”, um idioma que mistura o russo, o inglês e o cockney (por exemplo, rozzer é polícia, drugo é amigo, chavalco é homem, moloko é leite). Alex é irreverente, abusa dos demais companheiros, e mente para seus pais para faltar na escola.

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Os Filmes da Minha Vida – Fase Universitária em Campinas (1975-1977)

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Vidas Secas

Vidas Secas (1963): Foi o único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Neste filme fica perceptível a influência marcante do neorrealismo italiano na obra do diretor Nelson Pereira dos Santos. Reflexo dos tempos, assisti a maioria dos filmes do Cinema Novo brasileiro no meu primeiro ano em Campinas, em curso ministrado pelo “aluno veterano” (João Antônio de Paula, também meu veterano na FACE-UFMG) da turma anterior, a primeira do Mestrado em Economia na Universidade Estadual de Campinas.

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Os Filmes de Minha Vida – Fase Universitária em Belo Horizonte (1971-1974)

if If… de Lindsay Anderson (1968): É um filme notável, cheio de cenas inesquecíveis, que tive a oportunidade de ver pela primeira vez no Ciclo de Filmes Políticos de minha Faculdade (FACE-UFMG). A história é aparentemente simples. Em escola privada no Reino Unido, os alunos são ensinados a conformarem-se aos seus superiores e a nunca desafiarem a autoridade da direção ou dos estudantes mais velhos que controlam os alunos.

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Os Filmes da Minha Vida – Fase Adolescente (1966-1971)

Casablanca

Casablanca (1942): Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos fugitivos tentavam escapar dos nazistas por uma rota que passava pela cidade de Casablanca. O exilado americano Rick Blaine (Humphrey Bogart) encontrou refúgio na cidade, dirigindo uma das principais casas noturnas da região. Clandestinamente, tentando despistar o Capitão Renault, ele ajuda refugiados, possibilitando que eles fujam para os Estados Unidos. Quando um casal pede sua ajuda para deixar o país, ele reencontra uma grande paixão do passado, a bela Ilsa (Ingrid Bergman). Este amor vai encontrar uma nova vida e eles vão lutar para fugir juntos. E não conto o final porque todo o mundo já o conhece!

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Os Filmes da Minha Vida – Fase Infantil (1951-1965)

Os Filmes de Minha VidaEm parceria com a Imprensa Oficial do Estado, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo lançou, em novembro de 2012, o livro Os Filmes da Minha Vida 4: O real e o imaginário, que reúne depoimentos de Beto Brant, Eduardo Coutinho, Isabela Boscov, Jorge Furtado, José Geraldo Couto, Laís Bodanzky, Marçal Aquino, Marcelo Rubens Paiva, Paulo José e Selton Mello (Renata de Almeida | org. Os Filmes da Minha Vida 4: O Real e O Imaginário. São Paulo; Imprensa Oficial; 2012. 296 páginas. R$ 30).

No quarto volume da série, os depoentes falam dos filmes que marcaram a sua vida e discutem cinema, direção, produção e indústria cinematográfica, pirataria, o avanço do digital e do 3D. Os livros contêm ainda a “filmografia citada”, com as fichas técnicas completas dos filmes mencionados nos textos.

Há quatro anos, Leon Cakoff e Renata de Almeida resolveram criar um evento dentro da Mostra Internacional de Cinema para que pessoas apaixonadas pelo cinema — cineastas, atores, cenógrafos, roteiristas, fotógrafos, jornalistas, professores e cinéfilos de todas as áreas —, pudessem revelar e comentar informalmente os filmes que marcaram suas vidas.

Em 2008, Leon inaugurou o primeiro ciclo de testemunhos dando seu próprio depoimento e convidou mais nove pessoas para conversarem com uma pequena plateia a respeito de suas memórias cinematográficas. Esses dez depoimentos foram editados e publicados em parceria com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, resultando na coleção Os Filmes da Minha Vida. O primeiro volume foi lançado na Mostra seguinte, a 33ª, na qual outras dez pessoas foram convidadas às discussões, marcadas pela espontaneidade de longas conversas.

Ao longo desses quatro anos — e três livros: Os filmes da minha vida Vol. 1, Vol. 2: Cinema de seduções e Vol. 3: O cinema como um ideal —, nomes como Carlos Reichenbach, Inácio Araújo, Hector Babenco, Renata de Almeida, Serginho Groisman, Suzana Amaral, Ugo Giorgetti, Fernando Meirelles, Walter Salles e Wim Wenders, entre outros, deram seus depoimentos.

Cakoff acreditava que a dialética desse exercício cinematográfico nunca teria fim, pois “fechado o livro, sempre ficará o estímulo para que mais filmes corram livres em nosso imaginário”.

Pois é, acabei a leitura do Vol. 3 e, obviamente, eu (FNC) me coloquei a pergunta: Quais foram os filmes que marcaram minha vida?

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