Indicadores alternativos que ajudam a antecipar o comportamento do mercado de trabalho sugerem que a taxa de desemprego no Brasil pode ser ainda menor do que o esperado para o fim deste ano e até do próximo.
Um estudo do Santander mostra que as demissões a pedido no mercado formal e o cálculo de uma “taxa de demissão involuntária” – isto é, o percentual de pessoas demitidas entre todas aquelas que deixaram seus trabalhos formais – conseguem antecipar o movimento do desemprego brasileiro em cerca de oito meses.
“O assunto está em alta, bancos centrais no Brasil e lá fora estão olhando para o emprego. Queremos saber se, à frente, o mercado de trabalho vai continuar aquecido ou não, mas os dados correntes não dão todo o ‘cheiro’ disso”, explica Felipe Kotinda, economista do Santander e autor do estudo junto com Henrique Danyi. “A nossa conclusão, a partir desses outros indicadores, é que a taxa de desemprego deve ficar mais baixa por mais tempo”.
A taxa de demissão voluntária pode estar associada a dois fatores: 1. a uma maior quantidade de pessoas deixando o mercado de trabalho ou 2. a um maior número de pessoas se realocando dentro desse mercado. “Ambos são fatores indicativos de pressão. Quanto mais alta essa taxa, mais apertado o mercado”.