Desemprego pode ser ainda menor

Indicadores alternativos que ajudam a antecipar o comportamento do mercado de trabalho sugerem que a taxa de desemprego no Brasil pode ser ainda menor do que o esperado para o fim deste ano e até do próximo.

Um estudo do Santander mostra que as demissões a pedido no mercado formal e o cálculo de uma “taxa de demissão involuntária” – isto é, o percentual de pessoas demitidas entre todas aquelas que deixaram seus trabalhos formais – conseguem antecipar o movimento do desemprego brasileiro em cerca de oito meses.

“O assunto está em alta, bancos centrais no Brasil e lá fora estão olhando para o emprego. Queremos saber se, à frente, o mercado de trabalho vai continuar aquecido ou não, mas os dados correntes não dão todo o ‘cheiro’ disso”, explica Felipe Kotinda, economista do Santander e autor do estudo junto com Henrique Danyi. “A nossa conclusão, a partir desses outros indicadores, é que a taxa de desemprego deve ficar mais baixa por mais tempo”.

A taxa de demissão voluntária pode estar associada a dois fatores: 1. a uma maior quantidade de pessoas deixando o mercado de trabalho ou 2. a um maior número de pessoas se realocando dentro desse mercado. “Ambos são fatores indicativos de pressão. Quanto mais alta essa taxa, mais apertado o mercado”.

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Melhoria na Taxa de Desocupação em Relação à Recebida do Governo Anterior

Indicador/PeríodoJan-fev-mar 2024Out-nov-dez 2023Jan-fev-mar 2023
Taxa de desocupação7,9%7,4%8,8%
Taxa de subutilização17,9%17,3%18,9%
Rendimento real habitualR$ 3.123R$ 3.077R$ 3.004
Variação do rendimento habitual em relação a:1,5%4,0%

taxa de desocupação (7,9%) no trimestre encerrado em março de 2024 subiu 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2024 (7,4%) e caiu 0,9 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (8,8%).

população desocupada (8,6 milhões) cresceu 6,7% (mais 542 mil pessoas) no trimestre e recuou 8,6% (menos 808 mil pessoas) no ano.

A população ocupada (100,2 milhões) caiu 0,8% no trimestre (menos 782 mil pessoas) e cresceu 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) foi a 57,0%, recuando 0,6 p.p. frente ao trimestre móvel anterior (57,6%) e subindo 0,9 p.p. na comparação anual (56,1%).

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O que é polywork: Fenômeno da Geração Z

O polywork é uma tendência em alta entre a geração z: trabalhar em dois empregos simultaneamente. De acordo com dados mais recentes da PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2023, obtidos pelo Valor (12/04/24), 544.691 brasileiros de 14 a 29 anos declararam ter 2 empregos e 27.907 possuíam 3 ou mais ocupações. Os dados são relacionados a ocupações formais e informais.

Os motivos principais para que os jovens estejam aderindo ao fenômeno estão ligados à própria necessidade de obter mais renda. “O mercado de trabalho está mais limitado em questões salariais, principalmente, no início da carreira, que é a fase em que o polywork está mais tendencioso a acontecer. Por uma necessidade de melhorar salário e rendimentos para começar a vida profissional, eles [geração z] acabam aderindo a esse formato de trabalho”, explica Martins.

O conceito do polywork é aproveitar as habilidades que o profissional tem para poder desenvolver trabalhos múltiplos em projetos diferentes e em diferentes empresas.

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População nativa do Japão diminui a quase 100 pessoas por hora

FINANCIAL TIMES

A população nativa do Japão está diminuindo a uma taxa de quase 100 pessoas por hora, apesar dos esforços intensificados pelo governo para aumentar a baixa taxa de fecundidade do país.

De acordo com dados oficiais, o número de japoneses diminuiu pelo maior volume no período de um ano desde que registros comparáveis começaram a ser feitos em 1950: uma queda de 837 mil pessoas nos 12 meses anteriores a 1º de outubro de 2023.

Essa queda representa uma redução diária média de 2.293 pessoas, ou pouco menos de 96 por hora.

O mesmo relatório, publicado pelo Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações, mostrou que a população total do Japão era de 124,3 milhões em outubro de 2023 —a redução é de 595 mil em relação ao ano anterior e após ajuste com níveis constantemente crescentes de trabalhadores imigrantes, estudantes estrangeiros e residentes permanentes estrangeiros.

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Censo 2022: cerca de oito a cada dez pessoas moravam em casas

Praia em Balneário Camboriú (SC), um dos três municípios com predomínio de moradores em apartamentos – Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú
  • Destaques
  • Em 2022, 171,3 milhões de pessoas (84,8%) moravam em casas;
  • Entretanto, a proporção de pessoas morando em apartamentos vem crescendo: Em 2000, era 7,6%, passando para 8,5% em 2010 até chegar aos 12,5% registrados em 2022;
  • Piauí tem a maior proporção de pessoas em casas; Distrito Federal lidera em apartamentos;
  • Santos (SP), Balneário Camboriú (SC) e São Caetano do Sul (SP) são os únicos municípios entre todos os 5.570 com predomínio de moradores em apartamentos;
  • Em 2022, rede geral de distribuição de água foi a forma principal de abastecimento de água para 82,9% dos habitantes;
  • Censo 2022 também mostra diferenças regionais na forma de abastecimento de água: enquanto no Sudeste o percentual de moradores com rede geral era de 91,0%, no Norte foi de 55,7%, e no Nordeste, de 76,3%.
  • O Nordeste apresentou as maiores proporções da forma de abastecimento “Carro-pipa” (3,5%), sendo a forma de abastecimento principal predominante em 68 municípios da região.
  • O Norte foi a região que apresentou as maiores proporções da população utilizando, principalmente, as formas de abastecimento poço profundo ou artesiano (24,3%) e poço raso, freático ou cacimba (11,8%).

Em 2022, havia no país 59,6 milhões de casas ocupadas, nas quais residiam 171,3 milhões de pessoas. Ou seja, a maioria da população (84,8%) morava nesse tipo de residência. O segundo tipo mais encontrado foi apartamento, categoria de domicílio na qual residiam 12,5% da população.

As informações foram publicadas pelo IBGE na divulgação “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”. O evento de divulgação, em parceria com a Prefeitura de Diadema e do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, ocorreu no dia 23/02/24. 

Leia também a notícia sobre existência de banheiros e sanitários, tipos de esgotamento sanitário e destinos do lixo no Censo Demográfico 2022.

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Censo Demográfico 2022: Características dos Domicílios

Apesar da expansão da rede de coleta de esgoto no país entre 2010 e 2022, 24,3% da população ainda utiliza métodos precários de esgotamento sanitário. Foto: Sophia Cabral/Prefeitura Municipal de Colombo
  • Destaques:
  • Censo Demográfico mostra que 62,5% da população do Brasil morava em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto em 2022. Esse índice era de 44,4% em 2000 e subiu para 52,8% em 2010.
  • Considerando quem vivia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica, os valores foram de 59,2% em 2000, 64,5% em 2010 e 75,7% em 2022.
  • Entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação (UFs) registraram aumento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção dos habitantes morando em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Mato Grosso do Sul (34,8 pontos percentuais) foi a UF com maior crescimento nesse último indicador.
  • Em 2022, 3.505 municípios brasileiros apresentavam menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 2.386 municípios menos da metade dos habitantes residia em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.
  • Em 2022, 97,8% da população tinham, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo. Banheiros compartilhados por mais de um domicílio foram informados por 0,5% da população. Já 0,6% da população habitava domicílios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.
  • Coleta direta ou indireta de lixo atendia 90,9% da população em 2022. Os tipos de descarte mais frequentes foram o “Coletado no domicílio por serviço de limpeza” (82,5%) e o “Depositado em caçamba de serviço de limpeza” (8,4%).
  • São Paulo (99,0%) teve o maior percentual de população atendida por coleta de lixo, enquanto Maranhão (69,8%) registrou a menor. O Maranhão foi a UF que mais expandiu a cobertura da coleta de lixo (16,3 pontos percentuais) entre 2010 e 2022.
  • Restrições de acesso a saneamento básico, em 2022, eram maiores entre jovens, pretos, pardos e indígenas. A população de cor ou raça amarela foi a que apresentou maior índice de acesso à infraestrutura de saneamento, seguida pela de cor ou raça branca.

A proporção de domicílios com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil chegou a 62,5% em 2022, registrando aumento em relação a 2000 (44,4%) e 2010 (52,8%). Dados do Censo Demográfico 2022 revelam que as duas soluções de esgotamento sanitário mais comuns no Brasil eram por “Rede geral ou pluvial” (58,3%) e “Fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede” (13,2%), solução individual não ligada à rede, mas considerada adequada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB). “Fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede” representou 4,2%. Por outro lado, 49,0 milhões de pessoas (24,3%) ainda usavam recursos precários de esgotamento sanitário.

As informações foram publicadas hoje (23) pelo IBGE na divulgação “Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo”. O evento de divulgação, em parceria com a Prefeitura de Diadema e do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, ocorreu no dia 23/02/24. 

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Mais estabelecimentos religiosos do que a soma das instituições de ensino e saúde => país ignorante e doente vai para o céu? (por José Eustáquio Diniz Alves)

Por José Eustáquio Diniz Alves | ODS 11 • Publicada em 5 de fevereiro de 2024

O censo demográfico de 2022 revelou uma tendência surpreendente no Brasil: há mais estabelecimentos religiosos do que a soma das instituições de ensino e saúde.

Segundo dados do IBGE, foram visitados e georreferenciados 580 mil estabelecimentos religiosos, o que representa uma média de 2,9 edificações para cada 1 mil habitantes. Em contrapartida, foram registrados 264 mil estabelecimentos de ensino, com uma média de 1,3 edificações para cada 1 mil habitantes, e 248 mil estabelecimentos de saúde, com uma média de 1,2 edificações para cada 821 habitantes.

Esses números indicam uma realidade marcante do país, onde o setor religioso tem crescido de forma significativa e se espalhado por todo o território nacional. Essa prevalência de estabelecimentos religiosos reflete não apenas a diversidade de crenças presentes na sociedade brasileira, mas também o papel central que a religião desempenha atualmente na vida da maioria dos brasileiros e na política nacional.

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Primeiro Ano do Lula III: Desemprego recua a 7,8% na média de 2023, a menor desde 2014

A taxa de desemprego do Brasil recuou a 7,8% na média anual de 2023, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado indica uma queda de 1,8 ponto percentual ante 2022 (9,6%).

A taxa de 7,8% é a menor desde 2014 (7%). À época, o indicador atingiu a mínima da série histórica iniciada em 2012. O desemprego aumentou após 2014 com a crise econômica de 2015 e 2016 e a pandemia iniciada em 2020.

Considerando somente o quarto trimestre de 2023, que traz um panorama mais momentâneo do mercado de trabalho, a taxa de desocupação recuou a 7,4% no país.

Trata-se do menor patamar para esse intervalo do ano desde 2014 (6,6%). O novo resultado veio após a taxa de desemprego marcar 7,7% no período de julho a setembro do ano passado.

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Queda da Taxa de Desemprego com Governo Social-Desenvolvimentista

O mercado de trabalho mostrou sinais de resiliência maiores que o esperado no trimestre móvel terminado em outubro, com queda do desemprego e alta de rendimentos. Esse fôlego, contudo, tende a diminuir nos próximos meses, em compasso com o arrefecimento da atividade.

A taxa de desemprego caiu para 7,6% no trimestre móvel encerrado em outubro, abaixo do verificado no trimestre móvel anterior, encerrado em julho (7,9%) e ao mesmo período de 2022 (8,3%), segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE.

Trata-se da menor taxa de desemprego para o trimestre encerrado em outubro desde 2014, quando estava em 6,7%. No trimestre encerrado em setembro, a taxa desemprego estava em 7,7%.

O número de trabalhadores ocupados no país ultrapassou pela primeira vez a marca de 100 milhões, resultado das altas de 0,9%, em relação ao trimestre anterior (mais 862 mil pessoas), e 0,5%, frente a igual período de 2022.

Os dados mostram estabilidade estatística da população ocupada, na variação trimestre móvel terminado em outubro ante o anterior, mas recorde do número de ocupados na série histórica.

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Expectativa de Vida do brasileiro ao nascer em 2022: 75,5 anos

Após dois anos de queda por causa do efeito das mortes provocadas pela pandemia, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer voltou a subir em 2022, para 75,5 anos. O indicador, que era de 76,2 anos em 2019, caiu para 74,8 anos em 2020, primeiro ano da pandemia, uma diferença de 1,4 ano. Em 2021, recuou ainda mais, em 2 anos, para 72,8 anos. Apesar da alta no ano passado, o indicador ainda estava abaixo do que era antes da crise sanitária.

As informações são das Tábuas de Mortalidade 2022, que incorporam pela primeira vez dados do Censo Demográfico 2022, além de atualizações do número de mortes nesses anos. A pesquisa é usada como base para se chegar ao fator previdenciário, subsídio para calcular as aposentadorias por tempo de contribuição do regime geral da Previdência Social.

“A esperança de vida se recuperou um pouco em 2022 o que perdeu em 2021, pico de mortes por causa da pandemia. A tendência é que isso aumente mais em 2023”, diz a gerente de Demografia do IBGE, Izabel Guimarães Marri.

Para ter uma ideia do impacto da pandemia, o número total de mortes no país foi de 1,349 milhão em 2019, segundo o IBGE, após um aumento gradual ao longo da década – era de menos de 1 milhão em 2000. No primeiro ano da pandemia, em 2020, aumentou para 1,556 milhão, e cresceu mais em 2021, para 1,832 milhão de óbitos. Em 2022, caiu para 1,542 milhão.

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Mercado de Trabalho do Agro: Menor e Mais Qualificado

Menor e mais qualificado. Esse é o retrato do mercado de trabalho do agronegócio brasileiro, que registrou uma queda na população ocupada entre 2016 e 2023, à medida que a tecnologia avançou e a informalidade caiu, mostra o novo levantamento do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro ) obtido pelo Valor (30/10/23).

O estudo, que considera dados da agropecuária (dentro da porteira) e da agroindústria, também indica que a remuneração dos trabalhadores do setor evoluiu em escala mais rápida do que nos demais setores da economia como um todo, embora os salários ainda estejam abaixo da média nacional.

Entre o segundo trimestre de 2016, quando começou a série histórica da FGV, e o mesmo período de 2023, o agro perdeu 558 mil postos de trabalho. Isso significa um recuo de 3,9%, para 13,78 milhões de pessoas.

A agropecuária foi a grande responsável por essa redução, com queda de 9,6% no intervalo avaliado, pressionada tanto pela agricultura (-9,7%) quanto pela pecuária (-9,5%).

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