Quem me inspirou a conhecer a Música de Recife foi meu filho Ivo. Portanto, todos os créditos para ele!
Chico Science – Maracatu Atômico
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13 Mobilidade imperfeita de capital
Em regime cambial fixo, a política fiscal é mais eficaz em situação de forte mobilidade, pois a entrada de capitais reduz o efeito deslocamento, provocado pela elevação da taxa de juros. Ela é menos eficaz no caso de fraca mobilidade, porque a saída de capitais, ligada à deterioração das transações correntes, acarretaria então alta acentuada da taxa de juros. O Quadro 9.4 permite verificar isso.
QUADRO 9.4
A POLÍTICA ÓTIMA
SEGUNDO O REGIME CAMBIAL E A MOBILIDADE DE CAPITAIS
CÂMBIO FIXO | CÂMBIO FLEXÍVEL | |
FRACA MOBILIDADE | política fiscal menos eficaz política monetária ineficaz |
Política monetária e política fiscal eficazes |
FORTE MOBILIDADE | política fiscal mais eficaz política monetária ineficaz |
Política fiscal menos eficaz política monetária eficaz |
– Por esse quadro, a política ótima, para o emprego e o balanço de pagamentos, seria diminuir a mobilidade do capital e adotar um regime de câmbio flexível!
– Vamos, então, examinar o caso mais realista de uma mobilidade imperfeita dos capitais. De fato, essa situação intermediária entre os dois casos anteriores é a mais próxima da realidade.
Os Fluxogramas 9.3 a 9.5 (em anexo) permitem boa visualização da ordenação lógica dos argumentos na análise dos mecanismos da política econômica com câmbio flexível e imobilidade imperfeita de capital. No caso da política monetária (9.3), os resultados da conta de transações correntes e da conta de capital, no balanço de pagamentos, não são conflitantes. Apontam no mesmo sentido. Portanto, é indiferente o grau de imperfeição da mobilidade do capital, para o seu sucesso.
A comparação entre os Fluxogramas 9.4 (política fiscal com fraca mobilidade de capital) e 9.5 (com forte mobilidade) revela que, ao contrário da expansão monetária (que provoca um duplo déficit externo), a expansão fiscal provoca um déficit do balanço de transações correntes, mas em contrapartida provoca um superávit da conta capital, atraindo capitais devido ao diferencial entre os juros internos e os internacionais. Se a atração é forte (maior grau de abertura financeira), o superávit externo predomina, apreciando a moeda nacional e limitando os efeitos expansivos (a nível do emprego) iniciais. Caso contrário, há déficit externo e depreciação, o que reforça esses efeitos iniciais.
O Valor (29/04/2010) publicou informações relevantes para a análise financeira, depois da retomada da elevação da taxa de juros básica (SELIC). Enquanto os investimentos em fundos voltados para o varejo estavam caindo, o patrimônio dos clientes mais abonados, os chamados private, cresciam. Em março de 2010, os fundos voltados para a alta renda acumulavam R$ 209 bilhões, 37% mais do que os R$ 152 bilhões de dezembro de 2007. O crescimento dos fundos para milionários coincidiu com a expansão dos negócios das áreas de private banking dos bancos, dos escritórios de aconselhamento financeiro voltados para a alta renda ou mesmo dos gestores de fortunas (“family offices“). Nessa situação, o almejado por muitas instituições foi operar com relativamente poucos clientes, mas com aplicações individuais elevadas.
O Plano de Aceleração de Crescimento (PAC) 2 coloca ênfase nos instrumentos de política econômica para estimular investimentos em infra-estrutura, particularmente, o Minha Casa Minha Vida, na construção residencial. Programa a continuidade necessária de obras públicas já iniciadas. O governo federal executou 63% dos R$ 638 bilhões previstos no PAC 1 para o período 2007-2010, com 40% das ações já concluídas. Em valor, 69% dos empreendimentos do PAC 2 são novos, ou seja, apenas 31% das ações integram o PAC 1 e sua conclusão já estava prevista para depois de 2010.
O benefício da estabilidade inflacionária ocorreu, entre 1994 e 1998, ao custo de sobrevalorização da moeda nacional e conseqüente déficit comercial e nas transações correntes. Adotou-se a taxa de juros média real mais elevada do mundo: 22% a.a.. Entre 1999 e 2002, o ônus foi a sobredepreciação da moeda nacional, para melhorar as contas externas, a manutenção da taxa de juros média real mais elevada do mundo (11% a.a.), a estagnação econômica e a explosão da dívida pública líquida, subindo de 42% do PIB em dez/98 a 62% do PIB em out/02.
O retrato econômico em 2009, ano ainda sob o impacto da crise mundial, foi bastante distinto. Veja em: Retrato Econômico de 2009
Levantamento feito pelo Valor (26/04/2010) com base em dados que começaram a ser divulgados neste ano ao mercado por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reuniu as 50 empresas que tiveram o maior gasto médio por diretor no ano passado. Ao se comparar a lista com as 50 maiores companhias por valor de mercado na Bovespa, há coincidência em 28 dos casos. Tamanho realmente é documento quando se fala de remuneração de executivos. No entanto, não é o único fator que determina quanto os diretores das companhias abertas vão receber pelos serviços prestados.
12 Perfeita mobilidade de capital
– Se eu fizer liberalização financeira, a mobilidade perfeita dos capitais é positiva para a nação?
– O fim da repressão financeira (ou o chamado neoliberalismo) tem também seus problemas. Suponhamos que você queira diminuir o desemprego através de política de expansão monetária sob forma de compra de títulos de dívida pública, no open market, pelo banco central. A baixa da taxa de juros que, normalmente, deveria prevalecer é contrariada pela fuga de capitais, provocando inclusive déficit do balanço de pagamentos.
O Japão era a segunda potência econômica e ex-modelo de prosperidade. Em 2009, com Produto Interno Bruto nominal de US$ 5 trilhões e US$ 4,141 trilhões em PIB Paridade do Poder de Compra, o País se coloca em quarto lugar, considerando em primeiro a União Européia como um todo, depois, os Estados Unidos e a China. Sua renda per capita é de US$ 32.600. Obteve, nesse ano, superávit comercial de US$ 26,3 bilhões (quinta maior exportação com US$ 516,3 bi e sexta maior importação com US$ 490,6 bilhões) e reservas internacionais de US$ 1,011 trilhão. É país exportador de capital com US$ 726,5 bilhões em investimento direto no exterior.
Os manuais de economia ensinam que há economia de escala quando os custos médios de longo prazo diminuem ao aumentar a produção, tornando as firmas maiores mais eficientes do que as menores. Esse conceito é microeconômico. Mas podemos também usar o conceito em termos macroeconômicos, com o significado de economia que alcança escala competitiva no âmbito internacional. É o caso da economia brasileira.
Programa de TV com entrevista, em 50 minutos, na qual a Professora diz que, “pela primeira vez, está racionalmente, e não apenas emocionalmente, otimista, pois o próximo Presidente irá herdar economia organizada, ao contrário do que sempre ocorreu. O governo Lula demonstrou que não é impossível, embora seja difícil, enfrentar os problemas econômico-sociais e construir nossa Nação de maneira civilizada. Temos chance de aumentar nossa autonomia!”.
Programa da Globo News Documento sobre Conceição Tavares em 24/04/2010
É o mercado interno que está atraindo o capital, segundo artigo de Maria Clara Prado, publicado em Valor (22/04/10). Levantamento junto às estatísticas do Banco Central mostra que em 1950, ano que marcou a volta de Getúlio Vargas ao poder, o estoque de investimento direto estrangeiro (IDE) não passava de US$ 307,117 milhões, em preços de dezembro de 1985, medido pelo critério de paridades históricas, sendo o valor considerado nas datas de ingresso. Em 1985, o estoque daquele tipo de investimento era de US$ 25,664 bilhões. Dez anos depois, havia dobrado para US$ 52,729 bilhões.
Houve, em 1995, não apenas o impulso da estabilização econômica e política, mas também a atração de mercado em potencial que se abria na região com a expectativa do Mercosul, que acabou por não vingar. No ano 2000, o estoque de IDE já havia alcançado US$ 103 bilhões. Esses valores somam investimentos, reinvestimento e conversão de empréstimos em investimento direto, a maioria realizada como financiamentos “intercompanies“. No governo Lula, os investimentos diretos estrangeiros têm se ampliado cada vez mais. Em dezembro de 2007, ainda pelos dados do Banco Central do Brasil, o estoque de IDE alcançou US$ 309,6 bilhões, e no final de 2009 chegou a US$ 400 bilhões, ou seja, quatro vezes mais em nove anos.